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 | 27/01/2003 15h18min

Chefe dos inspetores diz que Iraque resiste em se desarmar

Relatório divulgado não elucidou existência de armas de destruição

Não há evidências concretas de que o Iraque tenha produzido armas de destruição em massa. O relatório elaborado pelos inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU), no entanto, mostra lacunas que deixam em aberto essa possibilidade.

Depois de 60 dias de missão no país de Saddan Hussein, os chefes dos inspetores da ONU, Hans Blix e Mohamed ElBaradei, divulgaram na tarde desta segunda, dia 27, o tão esperado relatório para o Conselho de Segurança da ONU.

O inspetor disse que o governo iraquiano cooperou ao permitir entrada em locais para inspeção, mas não preencheu os espaços deixados pela declaração sobre o programa de armas do país, apresentada no mês passado – um documento de quase 12 mil páginas organizado pelo Iraque sobre o programa de armas de destruição em massa do país.

Acrescentou ainda que a cooperação iraquiana "carece de substância" pois não pode ser considerada suficiente para garantir que o Iraque tenha se desarmado – como exige a resolução 1441 do Conselho de Segurança da ONU aprovada em novembro do ano passado – , o que pode indicar a existência de armas de destruição em massa no país.

– O Iraque parece não ter chegado a uma aceitação genuína, mesmo hoje em dia, do desarmamento exigido – disse  ele.

Blinx afirmou que o Iraque pode ainda ter o bacilo do antraz sobre seu poder. Durante a apresentação do relatório das buscas de armas de destruição em massa realizadas por sua equipe, no Iraque, ele afirmou que o país produziu mais antraz do que o permitido e que pode não ter se desfeito de tudo.

Segundo Blinx, o Iraque também não informou sobre 6,5 mil bombas químicas citadas em um documento apresentado pelos inspetores no mês passado, afirmou.

Os relatórios de Blix e El Baradei devem não apenas alimentar os argumentos dos EUA em favor de uma guerra, mas estimular também outros países, como França e Rússia, a dizer que as inspeções não devem ser interrompidas. A Alemanha, que presidirá o Conselho de Segurança em fevereiro, quer outro relatório no dia 14 de fevereiro. Com informações da agência Reuters.

 
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