Menos de 24 horas depois de os EUA apresentarem as supostas provas de que o Iraque estaria escondendo armas de destruição em massa, o presidente americano, George W. Bush, sentenciou:

– Saddam Hussein tentará iludir a todos, mas o jogo acabou – declarou nesta quinta, dia 6, aos repórteres na Casa Branca.

Falando pela primeira vez depois do pronunciamento do secretário de Estado Colin Powell no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Bush elogiou o trabalho do serviço de inteligência de seu país, que seria responsável pelas supostas provas apresentadas na quarta-feira. Diante do Conselho, Powell usou gravações, vídeos e imagens de satélites para tentar convencer os colegas de que o Iraque está escondendo armas proibidas dos inspetores internacionais. O discurso não convenceu importantes aliados – como Rússia, China e França –, favoráveis à continuidade do trabalho dos inspetores em território iraquiano. Mas deflagrou o esforço final na busca de respaldo internacional para um cada vez mais inevitável ataque ao Iraque.

Bush enfatizou que o Iraque continua infringindo a resolução 1441 do Conselho de Segurança e, portanto, ainda produz armas de forma ilegal. De acordo com Bush, o Iraque possui sete laboratórios móveis que são muito difíceis de se localizar. Na opinião do presidente, com essas unidades móveis os iraquianos estariam produzindo armas de destruição que seriam um ameaça à democracia e também aos demais países.

Em determinado momento de seu discurso, o presidente americano questionou o destino das "6,5 mil bombas" que o Iraque possuía na década passada. Ele disse ainda que os cientistas do Iraque são intimidados pelo governo local e, desta forma, não prestam depoimentos coerentes aos inspetores.

– Se a ONU não estiver preparada para agir, os EUA estarão. Nós não vamos esperar – avisou.

Em seguida, no entanto, voltou a afirmar que uma segunda resolução da ONU sobre o assunto seria "bem-vinda":  

– Os EUA admitiriam uma segunda resolução que respalde as exigências anteriores.