Com 100% de aproveitamento na primeira fase, a seleção brasileira de futebol entra com favoritismo para garantir a vaga nas semifinais das Olimpíadas. Mas Camarões está, em contrapartida, confiante em repetir uma surpresa oito anos depois diante dos pentacampeões mundiais.

Bastante assediado por jornalistas brasileiros, Martin Ndtougou alertou que pretende manter a postura ofensiva de sua equipe, independente do adversário. Diante da Itália, os africanos continuaram no ataque durante o segundo tempo mesmo com um a menos em campo.

Nos Jogos Olímpicos de 2000, os africanos foram responsáveis por um resultado inesperado. Na prorrogação, Camarões venceu o Brasil nas quartas-de-final, com dois jogadores a menos no gramado, e acabou com o sonho dos pentacampeões em ganhar a inédita medalha de ouro.

– É possível bater o Brasil – afirmou o técnico Martin Ndtougou, após o treino nesta quinta-feira em um campo anexo do Estádio Olímpico de Shenyang.

– Tenho certeza de que vamos impor dificuldades ao adversário com o nosso jogo. Eu não tenho medo do Brasil e acredito em uma grande batalha entre essas equipes – emendou o treinador, que curiosamente era assistente na vitória de seu país nas Olimpíadas de 2000.

Apesar de acreditar em uma nova surpresa, Martin Ndtougou também rasgou elogios ao trabalho de Dunga e sobre a qualidade técnica dos pentacampeões mundiais.

– Sem dúvida, é um futebol com grandes jogadores e um ótimo toque de bola – definiu.

Como aconteceu com o Brasil, Camarões também teve dificuldades em selecionar jogadores com mais de 23 anos. O sonho de Martin Ndtougou era contar com Samuel Eto´o, do Barcelona, um dos grandes centroavantes do futebol mundial.

– Mas o Barcelona não liberou – lamentou o treinador.

Ao ser questionado sobre um novo Eto´o na geração de 2008 de Camarões, Martin Ndtougou fez questão de despistar:

– Vamos ver durante a partida – encerrou.