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Os Estados Unidos e Grã-Bretanha não avançaram nesta segunda, dia 10, em sua tentativa de obter uma resolução da Organização das Nações Unidas que estabeleça o dia 17 de março como ultimato para o Iraque. Rússia e França permaneceram com forte oposição e prometem usar o poder de veto.
Embaixadores do Conselho de Segurança começaram novas consultas, mas as chances de a resolução ser levada a voto na terça – prazo original dos Estados Unidos – parecem estar retrocedendo, já que Washington e seus aliados ainda estão longe de reunir os nove votos necessários e parecem estar perdendo terreno.
A resolução estabeleceria o dia 17 de março para o Iraque cumprir todas as exigências de desarmamento. Oponentes dizem que o texto seria como um cheque em branco para Washington ir à guerra.
Os Estados Unidos e seus aliados têm mais de 300.000 soldados, mais de 500 aviões de guerra e dezenas de navios de combate prontos para atacar com o objetivo de remover o presidente Saddam Hussein e acabar com seu governo.
O presidente dos EUA, George W. Bush, telefonou para líderes estrangeiros, entre eles o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, e para o presidente chinês, Jiang Zemin. O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, reuniu-se com o ministro do Exterior da Guiné, Francois Ousseynou Fall, e telefonou para autoridades de Angola, México e do Paquistão. Powell disse no domingo que há "grande chance" dos EUA conseguirem 9 ou 10 votos a favor da resolução.
Mesmo se conseguir os nove votos, um veto de qualquer um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança derrubaria a resolução. França, Rússia e China se opõem à resolução. A Rússia voltou a dizer nesta segunda que está a determinada a derrotá-la, e o ministro do Exterior da França viajou pela África fazendo lobby com três membros do Conselho em busca de votos "não".
Até agora somente Estados Unidos, Grã-Bretanha, Espanha e Bulgária manifestaram apoio à resolução. França, Rússia, China, Alemanha e Síria são contra. Os países que ainda não se comprometeram são Chile, México, Angola, Camarões e Guiné. O Chile disse que 17 de março é um prazo muito curto.
Em Haia, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, advertiu que se qualquer ação militar for tomada sem autorização do Conselho de Segurança, "a legitimidade e o apoio para qualquer ação deste tipo será seriamente prejudicada".
Bush disse que está disposto a lançar uma guerra contra o Iraque com ou sem apoio da ONU. Mas o custo político está crescendo para seu principal aliado, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair.
A secretária de Desenvolvimento Internacional de Blair, Clare Short, ameaçou renunciar caso o país participe da guerra sem apoio da ONU, num aviso do tipo de revolta que o líder britânico pode enfrentar dentro de seu Partido Trabalhista, onde o sentimento contra a guerra está se fortalecendo. Uma pesquisa recente mostrou que somente 15 por cento dos britânicos apoiariam a guerra sem autorização da ONU.
A Grã-Bretanha está considerando mudanças na proposta de resolução para a ONU, ou seja, acrescentar um calendário de testes de desarmamento para o Iraque até 17 de março. Um porta-voz britânico disse que o prazo final também pode ser adiado, mas não muito.
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