Enquando a Força Aérea dos Estados Unidos se prepara para retomar os vôos de espionagem no litoral da Coréia do Norte, a edição desta quinta, dia 13, do jornal de Tóquio Yomiuri Shimbun afirma que o regime norte-coreano deve testar brevemente um míssil que poderia atingir quase todo o território japonês.

A Agência de Defesa japonesa informou a colocação de um destróier equipado com o sistema Aegis, de detecção de mísseis, no Mar do Japão, que também banha a Coréia do Norte. O órgão declarou, porém, que se trata apenas de uma patrulha de rotina.

O regime comunista vem adotando uma retórica agressiva e ações provocativas para tentar levar Washington a negociar um tratado bilateral de não-agressão.

– Estamos em busca da paz, mas não vamos implorar pela paz como um escravo frente às exigências de desarmamento – afirmou o governo por meio da rádio estatal.

Especialistas dizem que a Coréia do Norte tem cerca de cem mísseis Rodong, com alcance de 1,3 mil quilômetros. Há alguns anos, para melhorar as relações com os EUA, os norte-coreanos se impuseram uma moratória nos testes de mísseis de médio alcance.

Na opinião de Brad Glosserman, diretor de pesquisas da entidade havaiana Pacific Fórum CSIS, a Coréia do Norte está interessada em "criar um incidente com os norte-americanos'':

– Eles vêem um abismo entre Seul e Washington e querem explorá-lo – afirmou.

O abismo a que ele se refere é a intenção do governo sul-coreano de resolver a crise de forma pacífica e diminuir a dependência militar do país com relação aos Estados Unidos. Na semana passada, os EUA enviaram bombardeiros B-52 e B-1 para a ilha de Guam, no Pacífico, onde ficarão de prontidão para o caso de um confronto com a Coréia do Norte. Além disso, o país prepara um exercício militar na Coréia do Sul, que pela primeira vez em uma década terá a participação de aviões que escapam aos radares.

As informações são da agência Reuters.