O Exército norte-americano planeja dobrar suas forças no Iraque para cerca de 200 mil combatentes no próximo mês, enquanto os Estados Unidos e a Grã-Bretanha tentam retirar o presidente Saddam Hussein do poder, disseram autoridades dos EUA nesta quinta, dia 27.

Há atualmente cerca de 100 mil soldados e marines norte-americanos, além dos 25 mil britânicos, lutando no Iraque na guerra contra Bagdá lançada há uma semana.

As autoridades norte-americanas, que pediram anonimato, disseram que o plano traz a inserção de cerca de 100 mil soldados e marines norte-americanos no Iraque até o final de abril, aumentando a força liderada pelos Estados Unidos para 225 mil.

As autoridades destacaram que não se trata de uma decisão de última hora, mas sim parte de um plano de guerra realizado há muito tempo.

Milhares de soldados e marines dos EUA devem voar do Kuwait para o Iraque, e mais 55 mil outros – incluindo a 4ª Divisão de Infantaria do Texas, 1ª Divisão Armada da Alemanha e o 2º Regimento Armado da Cavalaria do Colorado  – também irão para a região.

O secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, negou que o Pentágono tenha mudado o plano de guerra e que está enviando forças para lidar com a falta de soldados e tanques para enfrentar a Guarda Republicana e paramilitares leais a Saddam.

Enquanto isso, as possibilidades de uma guerra curta estão cada vez mais longes. As linhas de suprimento ampliadas e resistência inflexível dos iraquianos paralisaram a marcha norte-americana rumo a Bagdá aumentando as probabilidades de uma batalha prolongada.

O Washington Post, em uma reportagem do centro do Iraque, citou declaração do tenente-general William S. Wallace sobre como as táticas de guerrilha das tropas iraquianas não eram esperadas pelas forças norte-americanas.

– O inimigo contra o qual estamos lutando é diferente daquele que nós havíamos planejado – disse Wallace segundo o Post.

O tenente-general disse ainda que a guerra duraria "o tempo necessário" para derrubar o presidente iraquiano Saddam Hussein.

O presidente dos EUA George W.Bush tem reduzido cada vez mais as expectativas populares de uma rápida guerra frente a uma obstinada resistência dos combatentes iraquianos, alguns deles em combate mesmo sem uniforme.