| 01/04/2003 09h14min
As forças militares lideradas pelos Estados Unidos mantiveram durante a manhã desta terça, dia 1º (horário de Brasília), os ataques que tiveram como alvo as posições da Guarda Republicana de Saddam Hussein em Bagdá no início da madrugada. Por volta da 0h, cinco explosões sacudiram o centro da capital iraquiana e um dos complexos de prédios de um dos filhos de Saddam, às margens do Rio Tigre, foi atingido. Em uma entrevista coletiva, o ministro de Informação do Iraque, Mohammed Saeed al-Sahaf, afirmou que 19 pessoas morreram e outras cem ficaram feridas depois das investidas dos aliados. Sahaf acusou EUA e Grã-Bretanha de bombardearem bairros residenciais.
Nas últimas 48 horas, o complexo de edifícios usado pelo filho de Saddam, Qusay, e seus assessores, foi atingido diversas vezes. Os ataques desta terça deram continuidade à estratégia adotada pelos EUA para derrubar o regime ditador que há 25 anos rege sobre o Iraque. Prédios importantes do governo, do Exército e palácios presidenciais na cidade de 5 milhões de habitantes foram os principais alvos nestes 13 dias de guerra. Nessa segunda, o Ministério da Informação e pelo menos duas centrais telefônicas foram atingidos.
Os combates terrestres se aproximam do momento tido pelos estrategistas como os mais tensos. As tropas aliadas dizem estar a apenas 80 quilômetros de Bagdá, perto das posições de defesa da Guarda Republicana. Ainda que as baixas dos combates contra a elite da defesa do Iraque não tenham sido informadas, um comandante das forças de infantaria dos EUA no Quartel General de Catar, coronel Tom Bright, garantiu que o enfrentamento ocorre ao sul de Bagdá:
– Mantemos contato com o inimigo na parte sul de Bagdá. Em nossos próprios termos e em nosso próprio tempo, continuaremos o ataque para derrotar essas forças terrestres.
Nessa segunda, outro oficial de alta patente do Comando Central de guerra norte-americano disse que o Iraque está movimentando um número significativo de soldados da Guarda Republicana do norte para o sul de Bagdá. A medida tem como objetivo reforçar as linhas de defesa da Capital e tentar evitar uma invasão norte-americana por terra. Os reforços que pertencem à Divisão Nabucodonosor – baseada na cidade natal de Saddam Hussein, Tikrit, no norte do país – travaram os primeiros confrontos com os aliados, depois de serem enviados para a Divisão Medina da guarda, que há dias protege o sul de Bagdá.
A Divisão Medina teria sofrido violentas baixas nos últimos dias, em decorrência de bombardeios e ataques das forças americanas com bombardeiros B-1, B-2 e B-52 – além de rodadas de artilharia e ataques com helicópteros. Soldados da infantaria norte-americana travaram aquele que foi batizado de "primeiro combate sério" com integrantes da divisão iraquiana. A batalha ocorreu dentro e nos arredores da cidade de Kerbala, localizada a cerca de 80 quilômetros ao sul da Capital.
– Estamos atingindo a Medina duramente – afirmou uma fonte militar nessa segunda.
De acordo com um balanço preliminar divulgado pelo Pentágono, a Divisão Medina – considerada a elite das forças de elite de Saddam Hussein – pode ter sido reduzida à metade pelos bombardeios incessantes da coalizão anglo-americana. O Pentágono afirmou ainda que cerca de 50% dos tanques da unidade foram destruídos e que dezenas de soldados se renderam a americanos, durante e depois da batalha em Kerbala. De acordo com o jornal britânico Times, cerca de 200 iraquianos ficaram feridos, morreram ou foram capturados em Kerbala.
Além da campanha por terra, a coalizão anglo-britânica intensificou os bombardeios aéreos a Bagdá. Oficiais da Força Aérea dos EUA disseram que aviões anglo-americanos fizeram 1,8 mil investidas em 24 horas. Mais da metade dos ataques foi dirigida a três unidades da Guarda Republicana nos arredores da Capital.
Aviões americanos B-1, B-2 e B-52 atingiram alvos em Bagdá. Essa foi a primeira vez que os três tipos de bombardeiros de longo alcance se juntaram num único esquadrão para um ataque. Seis civis teriam morrido.
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