| 02/05/2003 18h57min
O primeiro-ministro da Índia, Atal Behari Vajpaye, disse nesta sexta, dia 2, que fará uma oferta final para a paz com o Paquistão, a última da sua vida, segundo ele próprio. Vajpayee, de 78 anos, que participou de duas cúpulas de paz como o Paquistão, em 1999 e 2001, afirmou ainda que Nova Délhi vai restaurar os laços diplomáticos com Islamabad e reabrir as ligações aéreas entre os países, nos primeiros sinais tangíveis de arrefecimento entre os dois inimigos nucleares.
– Por quanto tempo continuaremos a lutar contra o Paquistão? Queremos dar mais uma chance a eles, não por fraqueza, mas por autoconfiança. A terceira tentativa será decisiva, e será a última da minha vida – Vajpayee disse ao Parlamento.
A Índia e o Paquistão cortaram ligações aéreas e terrestres e reduziram as relações diplomáticas após ataque ao Parlamento indiano, em dezembro de 2001, atribuído pela Índia a militantes paquistaneses que lutavam pela região da Cachemira. O Paquistão negou envolvimento, mas os dois países chegaram perto da quarta guerra pela Caxemira no ano passado.
O Paquistão recebeu bem a atitude da Índia e disse que o gelo começou a derreter.
– O Paquistão está pronto para iniciar o diálogo, assim como manter debates significativos sobre todos os assuntos importantes envolvendo os dois países, incluindo as questões de Jammu e da Cachemira – afirmou o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Mian Khursheed Mehmood Kasuri.
Kasuri disse que o primeiro-ministro Mir Zafarullah Khan Jamali vai responder "em termos concretos", mas não disse quando. O Secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, congratulou os dois países por darem o que ele classificou como primeiros passos promissores em direção à paz.
Vajpayee e o primeiro-ministro do Paquistão, Mir Zafarullah Khan Jamali, conversaram por telefone na segunda, no primeiro contato de representante de alto escalão dos dois países, sob intensa pressão norte-americana. Doze parlamentares paquistaneses devem visitar Nova Délhi na próxima semana para conversar com seus pares indianos e ativistas pacifistas.
– Os sinais são muito positivos – disse Uday Bhaskar, do Instituto de Estudos e Análises para Defesa da Índia.
As informações são da agência Reuters.
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