Com o gol marcado pelo zagueiro Gustavo Nery aos 46 minutos do segundo tempo da partida contra o São Paulo, o Figueirense atingiu a desagradável marca de sete pontos perdidos por vacilos nos 10 minutos finais de seus jogos. Se não tivesse bobeado no momento mais decisivo de três das sete partidas pelo Campeonato Brasileiro, o alvinegro catarinense estaria hoje desfrutando a oitava colocação da tabela, com 11 pontos, e não a lanterna, com apenas quatro.

Na estréia, o time de Florianópolis fazia uma bela apresentação em Salvador e vencia o Vitória por 1 a 0 até os 39 minutos do segundo tempo, quando um passe errado na intermediária proporcionou um contra-ataque dos donos da casa, que empataram com Nádson.

Pela segunda rodada, o Furacão derrubava o poderoso Corinthians, no Orlando Scarpelli, por 3 a 2, num confronto emocionante. Mas com quatro minutos de descontos permitiu duas cabeçadas dentro da área, uma delas o arremate decisivo de César.

Finalmente, no domingo, no Morumbi, o Figueira surpreendia o São Paulo com uma vitória por 2 a 1 até sofrer o empate de Luís Fabiano, aos 35, e a virada de Gustavo Nery, aos 46 minutos. Foram três vitórias valiosas que escorregaram pelos dedos alvinegros.

– Campeonato por pontos corridos costuma ter muitos gols nos descontos. Na Europa é assim, percebi isso durante o período que passei na Espanha (defendeu o Logroñes entre 1991 e 1993). Cada jogo é uma decisão, os times lutam muito pelos pontos e precisamos redobrar a atenção no final – disse o experiente Cléber, de 33 anos, com 11 participações no Brasileiro, do qual é bicampeão, 20 convocações para a Seleção e uma Bola de Prata no currículo.

O zagueiro, por sinal, está novamente na briga pelo famoso prêmio distribuído pela revista Placar desde 1971. Com uma nota média de 5,83, ocupa a 10ª colocação na lista de zagueiros, mesma posição do lateral-direito Paulo Sérgio, que tem 5,50.

No entanto, o destaque é outro jogador que vestiu a camisa alvinegra nesta competição. Marcinho, que se transferiu para o Palmeiras há 20 dias, foi avaliado em quatro partidas pelo Figueirense e, por enquanto, é considerado o melhor volante do Brasileirão 2003, com uma nota média de 6,38.

Marcinho colabora ainda para posicionar o Figueirense como o melhor desarme do campeonato, segundo o ranking da Folha de São Paulo, com 150,5 por partida.

Mesmo na Série B, o volante ainda é o maior ladrão de bola da Série A, com média de 28,8 por jogo. O segundo colocado também contabiliza a favor do Figueira: Cléber tem média de 25,5.

MAURICIO XAVIER/DIÁRIO CATARINENSE