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Impossível em termos de Brasil, na nossa cultura não dá. Essa referência ao recém-criado Estatuto do Torcedor foi um dos argumentos do presidente da Federação Catarinense de Futebol Delfim Pádua Peixoto Filho para justificar a decisão de suspender as séries A e B do Campeonato Brasileiro por tempo indeterminado.
A suspensão foi decidida nesta terça, dia 20, em reunião no Rio que contou com representantes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Clube dos 13 e Rede Globo. O motivo alegado foi a falta de tempo e condições para os clubes se adaptarem ao Estatuto do Torcedor.Na capital fluminense desde segunda, Delfim Peixoto participou da reunião a convite do presidente da CBF Ricardo Teixeira.
– Eu vim ontem porque tinha reunião com Ricardo Teixeira para discutir a Série C e apressar o registro de alguns jogadores. Ia voltar hoje à noite, mas o presidente me convidou para a reunião – contou Delfim, em entrevista à rádio CBN/Diário.
De acordo com o dirigente catarinense, a suspensão do campeonato vai permitir que se discuta o Estatuto do Torcedor – sancionado na quinta passada pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva depois de meses tramitando no Congresso Nacional.
– O tempo que vai durar essa interrupção a gente não sabe. O que é importante é que vai levantar a inconstitucionalidade de alguns artigos da lei –afirmou.
Os artigos mais contestados são o que responsabiliza dirigentes pela segurança dos torcedores e o que prevê assentos numerados nos estádios.Segundo Delfim, a CBF não quer confronto com o governo federal
– Não estamos fazendo isso a título de confronto, de raivinha. Mas sim porque nós não temos condições de cumprir o que é exigido – disse.
Para o dirigente, o Estatuto do Torcedor não foi feito para um país como o Brasil.
– É impossível em termos de Brasil. Na nossa cultura não dá – afirmou.
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