Os trabalhadores de duas fábricas da Volkswagen em São Paulo prometeram desconsiderar o plano de reestruturação da montadora que prevê a redução de quase 4 mil pessoas no quadro da companhia. Nesta segunda, dia 4, em sinal de protesto durante assembléia na unidade de São Bernardo do Campo, um grupo de empregados queimou cópias das cartas de transferência enviadas pela Volkswagen desde a última sexta.

Os trabalhadores da fábrica na Grande São Paulo e em Taubaté, interior do Estado, resolveram devolver todas as cartas que notificavam o desligamento e a transferência de metalúrgicos para o Instituto Gente, uma unidade da Volks para requalificação profissional, a partir de 1º de setembro. Ficou decidido que os metalúrgicos irão trabalhar normalmente mesmo após essa data.

Depois de transferidos para o Instituto Gente, os empregados teriam a opção de se encaminharem para a Autovisão, nova subsidiária da Volks para garantir a permanência do excedente de pessoal da montadora no mercado de trabalho.

– No dia 1º (de setembro) vamos estar aqui todos para trabalhar, dia após dia, até novembro de 2006 – disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, referindo-se ao prazo dos acordos coletivos que garantem estabilidade para os empregados na fábrica.

Feijóo também afirmou que os trabalhadores vão fazer protestos diários nas fábricas para forçar a empresa a rever a transferência dos trabalhadores. As cartas de transferência serão devolvidas nesta terça, dia 5, e no dia seguinte deve haver nova mobilização dos trabalhadores, mas o representante sindical não quis detalhar a estratégia.

O sindicalista descartou a possibilidade de greve em virtude do excesso de estoque nos pátios das montadoras. Isso porque uma paralisação desse tipo beneficiaria a Volks, pois reduziria a produção.

– Não vamos fazer greve para ela (a empresa) ficar sem pagar salário. Primeiro o pátio tem que esvaziar – disse Feijóo.

As informações são da agência Reuters.