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 | 19/08/2003 16h25min

Servidores fazem novo protesto em Brasília contra reforma

Manifestação teve menos participantes e correu tranqüilamente

Servidores públicos promoveram novo ato anti-reforma nesta terça, dia 19, em Brasília. Ao contrário da manifestação tumultuada feita há duas semanas, quando houve até vidraças do Congresso quebradas, os funcionários tiveram desta vez menos participantes e mais tranquilidade.

A concentração na Esplanada dos Ministérios começou por volta das 9h, e a manifestação acabou às 13h30min. Segundo a Polícia Militar, no pico do evento, havia cerca de 8 mil pessoas. Já de acordo com os organizadores, os números variam de 15 mil a 20 mil.

Segundo o diretor Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior (Andes) e um dos coordenadores da movimentação contra a reforma em Brasília, José Domingos de Godói Filho, o objetivo do ato era buscar articulação para atuar no segundo turno (da Câmara) e no Senado.

A primeira grande manifestação aconteceu no último dia 6, logo após a aprovação pelo plenário da Câmara, em primeiro turno, do texto básico da reforma. Na ocasião, a PM estimava o número de participantes em 50 mil, enquanto os organizadores falavam de 70 mil pessoas.

Desta vez, porém, a PM reforçou a segurança. Só em volta do Congresso eram 500 homens, de um total de 3,5 mil na Esplanada. Há duas semanas, quando um grupo de manifestantes chegou a quebrar vidraças do Congresso, o efetivo total da PM era de 1,5 mil homens.

Segundo o coronel Hellen José Futuro Rocha Filho, comandante da operação, o reforço da PM ocorreu "em virtude das informações" de que uma planejada invasão ao Congresso ocorreria nesta quarta, dia 20.

No meio dos discursantes, como a senadora Heloisa Helena (PT-AL), o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, voltou a ser vaiado, sob gritos de "Fora pelego". A central é historicamente ligada ao PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

– Os companheiros que vaiam saibam que a CUT não vai abrir mão de estar na manifestação – respondeu Marinho. – Quem vaia está atrapalhando a luta dos trabalhadores. Vocês vão crescer politicamente um dia e vão saber que erraram neste momento.

A senadora alagoana reiterou suas críticas à reforma e lembrou que ainda podem ocorrer mudanças no Senado. Segundo Godói, na quinta, dia 21, haverá uma reunião para avaliar a manifestação e a continuidade, ou não, da greve dos servidores, iniciada no dia 8 de julho. Com informações da agência Reuters.

 
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