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A cerimônia de recriação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) acabou transformada num ato de defesa da reforma tributária pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta, dia 21. Depois de ouvir o representante dos governadores da região Norte fazer críticas à proposta enviada ao Congresso, Lula reagiu.
Ele lembrou que o texto entregue no dia 30 de abril no Congresso Nacional foi fruto de acordo firmado com os 27 chefes dos governadores do país.
– A proposta tributária não é só do presidente. Está assinada por mim e pelos 27 governadores. Isso não significa que não tenha nada a ser corrigido. Tem. O processo é dinâmico, temos diferenças enorme de região para região – afirmou Lula.
O presidente ressaltou que, após três meses da entrega das propostas ao Congresso, a reforma da Previdência foi aprovada. Na avalição de Lula, outros presidentes não conseguiram essa façanha, talvez por falta de jogo político e não de competência.
– Pessoas que chegam a ser presidente pensam que não precisam mais de ninguém e podem fazer o que querem no país. Aprendi que uma boa conversa é o caminho para se conseguir o que quer – ressaltou, numa resposta sutil às críticas recentes do ex-presidenete Fernando Henrique Cardoso.
Sobre as reivindicações dos governadores, que desejam uma fatia maior do bolo tributário na reforma, o presidente disse que isso virá de forma "muito mais justa" quando a econômia voltar a crescer. Lula também não poupou críticas aos seus antecessores. Disse que pegou o país em péssimas condições no início do ano e, "com a ajuda de Deus", conseguiu evitar que a inflação voltasse a índices astronômicos.
O presidente disse que está disposto a negociar com os govenadores, mas ressaltou que o país não podia continuar "com uma guerra fiscal alucinada e maluca", como ocorria no passado. Especificamente sobre Fernando Henrique, Lula disse que foi incorreta a decisão de extinguir a Sudam. Na avaliação do presidente, os corruptos deveriam ter sido presos e investigados, mas não o orgão extinto.
– Seria o mesmo que o Papa fechasse as igrejas se pegasse um padre roubando – comparou.
Segundo Lula, muitos ex-presidentes passaram a conceber o Brasil "de eleição em eleição" e não com base em propostas concretas para o país.
– Já não se basta governar esse país pensando na próxima eleição. Temos que pensar uma nova geração investindo na educação e na saúde. Esse é o compromisso que eu não abro mão – ressaltou Lula.
Neste sentido, o presidente disse que decidiu enviar a reforma da Previdência ao Congresso porque "todos os Estados estavam falidos e não poderia pagar salários nos próximos 5 anos". E completou: "Não pensei na minha eleição".
Sobre a decisão do Banco Central de reduzir em 2,5 pontos percentuais a taxa de juro básica da econômia, o presidente fez uma discreta comemoração.
– Antes era mais lento que algumas pessoas pensavam. Ontem (quarta) foi mais rápido que outras queriam – ressaltou.
Na avaliação do presidente o Brasil não pode mais "entrar numa aventura". Segundo ele, um projeto sério para o país deve levar em conta as desigualdades regionais e o planejamento estratégico. A Sudam, segundo o presidente, é o início deste caminho.
– O que estamos fazendo hoje a retomada do desenvolvimento regional. Trata-se de uma mudança profunda no método e na ação do governo – resumiu Lula.
As informações são da Agência Brasil.
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