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Líbia promete se abrir a inspeções nucleares da ONU

Vistorias devem começar em breve

A Líbia aceitou que a Organização das Nações Unidas (ONU) realize inspeções surpresa em suas instalações nucleares a fim de convencer o mundo de que não mantém armas proibidas. As inspeções devem começar em breve.

O país de Muammar Gaddafi, rico em petróleo, é apontado há muito tempo pelos Estados Unidos como um patrocinador do terrorismo. Mas na semana passada, a capital Trípoli anunciou que vai abandonar seus planos de construir armas nucleares e outras armas de destruição em massa.

Ministros importantes disseram nesta segunda, dia 22, que a Líbia deve assinar o chamado Protocolo Adicional ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear, o que permite as inspeções quase sem aviso prévio. O chanceler Mohamed Abderrhmane Chalgam disse que "não vai levar muito tempo" para as inspeções começarem.

– Só precisamos discutir procedimentos técnicos – disse.

O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) disse que vai à Líbia na próxima semana para analisar o programa de armas atômicas do país. Ele disse que espera que as inspeções comecem rapidamente, talvez já na próxima semana. A surpreendente decisão líbia pode levar os EUA a suspenderem as sanções que mantêm contra o país, o que abriria as portas da Líbia para as empresas norte-americanas de petróleo. É uma mudança marcante na postura de Gaddafi, que governa os 5,5 milhões de líbios há 34 anos.

Durante grande parte desse período, a Líbia esteve sob sanções dos EUA e da ONU por supostamente patrocinar atos de terrorismo – o mais grave deles foi o atentado contra um avião da Pan Am sobre Lockerbie (Escócia), que matou 270 pessoas. No ano passado, Trípoli aceitou pagar indenizações por este caso, o que levou a ONU a suspender suas sanções. Os EUA, porém, mantiveram as suas.

Agora, a França pressiona a Líbia a também pagar indenizações por outro atentado aéreo, que atingiu um avião francês e matou 170 pessoas, em 1989. Segundo a Grã-Bretanha, a Líbia pode ter decidido abrir mão do seu programa de armas nucleares para que Gaddafi não tenha o mesmo destino do iraquiano Saddam Hussein.

Com informações da Agência Reuters.

 
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