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Soldados japoneses entraram no Iraque nesta segunda, dia 19, para dar início à mais controvertida e arriscada missão do país desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Um grupo avançado de militares, cuja missão será preparar o terreno para uma força que pode chegar a ter mil homens, cruzou a fronteira por volta das 12h50min (7h50min em Brasília) em um comboio de 12 veículos.
A missão marca uma mudança histórica na política de segurança puramente defensiva do Japão e representa um grande risco para o primeiro-ministro Junichiro Koizumi, cujo governo pode cair se, como muitos prevêem, houver mortes entre os japoneses. A opinião pública do país asiático mostra-se dividida sobre a decisão de Koizumi de enviar soldados para o Iraque.
Cerca de 48% das pessoas entrevistadas para uma pesquisa do jornal Asahi Shimbun disseram ser contrárias ao envio de soldados para o Iraque. Em dezembro, 55% se opunham à missão. Aproximadamente 40% disseram apoiá-la, um número maior que os 34% de um mês atrás. Uma pesquisa semelhante realizada pela agência de notícias Kyodo afirmou que 51,6% eram contrários ao envio e 42,8%, favoráveis. O premiê defendeu a realização da missão em um discurso preparado para a abertura dos trabalhos no Parlamento.
– Não cumpriríamos nossas responsabilidades como membros da comunidade internacional se deixássemos para outros países contribuírem com soldados por temermos os riscos envolvidos – afirmou o dirigente.
Os japoneses ficarão principalmente na cidade de Samawa (sul), onde realizarão operações humanitárias e de reconstrução. Se o ministro de Defesa do Japão, Shigeru Ishiba, considerar a área segura depois de a equipe avançada retornar, ele deve ordenar o envio do grosso da missão no final deste mês.
Uma lei aprovada em julho permite a realização da missão, mas, obedecendo à Constituição pacifista do país, limita a ação dos militares às zonas "em que não haja combates", algo difícil de estabelecer no Iraque, onde a ação de guerrilhas contrárias à ocupação acontece de forma disseminada.
Com informações da agência Reuters.
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