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O governo Bush reconheceu nesta sexta, dia 20, que seu ambicioso plano para transferir a soberania do Iraque diretamente a um governo democrático não deve ser levado adiante, pois os iraquianos insistem em eleições feitas sem a influência norte-americana. O porta-voz Scott McClellan disse que o plano inicial para a criação de um governo interino, eleito por meio de um complicado sistema de 18 assembléias regionais, não foi aprovado por líderes iraquianos.
– Há amplo reconhecimento de que o plano das assembléias é algo que não recebeu muito apoio. Isso está se tornando cada vez mais um processo conduzido pelos iraquianos – afirmou.
A pouco mais de quatro meses do prazo para a entrega do poder, em 30 de junho, a Casa Branca disse que está conversando com líderes iraquianos sobre novas opções para que o país tenha um governo representativo de transição, enquanto aguarda recomendações da ONU.
Os detalhes da posição da ONU sobre eleições serão
anunciados na próxima semana. A proposta
esperada é que haja eleições diretas no Iraque para um governo permanente no fim deste ano ou no começo de 2005.
A ONU, que concorda com os EUA que a realização de eleições diretas antes de 30 de junho é inviável, está discutindo com os iraquianos formas de criar um governo interino, que incluem um conselho de governo ampliado ou uma conferência nacional de líderes que escolheria essa administração provisória. McClellan, entretanto, disse que a ONU não assumiu o comando das negociações.
– Sempre dissemos que a ONU tem um papel vital a desempenhar. Apreciamos seus esforços em avaliar a viabilidade das eleições, e vamos continuar a discutir formas para que ela possa continuar envolvida – afirmou.
O aiatolá Ali Al-Sistani, principal autoridade xiita do Iraque, foi o primeiro a desafiar a idéia das assembléias regionais. Ele defende eleições diretas o mais rápido possível e afirmou em entrevista publicada nesta sexta que qualquer governo que for
instaurado pelos norte-americanos deve ter
autoridade limitada.
Diplomatas dizem que sua abordagem favorita é acrescentar cerca de 75 membros aos 25 que já formam o Conselho de Governo, nomeados pelos EUA. Esses cem representantes seriam os responsáveis pela escolha do governo interino. Ainda não há uma decisão sobre quem escolherá esses membros do conselho de forma que os iraquianos não sintam que eles foram impostos pela ocupação.
A maioria xiita do país, que pede diretas-já, deve fazer grandes exigências nessa transição. A minoria árabe sunita, que perdeu privilégios com o fim do regime de Saddam Hussein, teme ficar marginalizada. E os curdos do norte vão defender mais autonomia e a criação de um governo federativo.
Com informações da agência Reuters.
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