| 24/02/2004 19h15min
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que as eleições para um governo permanente no Iraque poderiam ser realizadas no começo de 2005 se os preparativos começassem imediatamente.
Em relatório divulgado pelo secretário-geral, Kofi Annan, e que foi debatido pelo Conselho de Segurança nesta terça, dia 24, as Nações Unidas disseram que seriam necessários oito meses para organizar a eleição, após o estabelecimento de uma base legal.
– Se o trabalho começasse de imediato e se o consenso político fosse alcançado rapidamente seria possível realizar eleições até o final de 2004 – disse o relatório, divulgado na segunda.
No entanto, o relatório, escrito pelo assessor de Annan Lakhdar Brahimi, que passou uma semana no Iraque neste mês, disse que provavelmente levará até maio para realizar todos os preparativos e no mínimo oito meses para organizar as eleições. Brahimi pediu "sem mais adiamento" o estabelecimento de uma comissão eleitoral iraquiana autônoma e independente" para começar a planejar as eleições para um governo permanente.
O relatório não dá um modelo único para o tipo de governo interino que os iraquianos devem estabelecer quando os Estados Unidos entregarem o poder no dia 30 de junho. O texto mostra várias opções, afirma que os iraquianos devem escolher uma com calma e oferece ajuda da ONU se for requisitada. Mas Brahimi, ex-ministro do Exterior da Argélia e que completou dois anos como enviado da ONU ao Afeganistão, deixou claro que será difícil chegar a um consenso.
– Depois de mais de três décadas de regime despótico, sem os elementos básicos dos regimes da lei, de uma economia arruinada, um país devastado, instituições estatais colapsadas, pouca vontade política de reconciliação e desconfiança entre alguns iraquianos, as condições no Iraque são assombrosas – escreveu.
Autoridades da ONU disseram que Brahimi provavelmente voltará no próximo mês para atuar como mediador, se for requisitado. Apesar de oferecer assistência, autoridades disseram que não esperam uma presença permanente da ONU no Iraque antes da transição de junho. Annan retirou toda a equipe internacional do país em outubro, depois dos ataques contra a sede da organização em Bagdá.
Com informações da agência Reuters.
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