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Tropas do Paquistão retomaram nesta sexta, dia 19, a ofensiva contra um grupo de radicais entrincheirados que incluiria o braço direito de Osama bin Laden, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, após expirar um ultimato de meio-dia (4h de Brasília) para que eles se rendessem.
Os militares encontram resistência feroz de um grupo de cerca de 200 suspeitos de integrar a rede terrorista Al-Qaeda, numa batalha que começou na terça terça, no Waziristão do Sul, na fronteira do Paquistão com o Afeganistão. A intensidade da reação levou a especulações de que eles estariam protegendo um líder de alto escalão da Al-Qaeda.
– A operação está em andamento – disse o porta-voz militar general Shaukat Sultan, sem entrar em mais detalhes.
A luta, que envolve milhares de soldados do governo, está centrada na área a Oeste da cidade de Wana, que inclui o vilarejo de Shin Warsak. Os moradores dizem que helicópteros dispararam morteiros e rajadas de metralhadoras contra vários complexos de adobe, pouco após o ultimato expirar. Uma fonte dos serviços de inteligência de Islamabad disse que Zawahiri poderia estar entre um grupo de terroristas que tentou fugir da ofensiva iniciada terça pelo Paquistão buscando abrigo no vilarejo de Shin Warsak. O carro dos suspeitos foi atacado a tiros e há especulação de que Zawahiri esteja ferido.
Fontes dos serviços secretos do Ocidente disseram repetidas vezes que Zawahiri e Bin Laden estariam perto um do outro. Eles apareceram juntos em vídeos divulgados no fim do ano passado por redes de TV árabe, caminhando por uma região montanhosa. Uma fonte militar do Paquistão afirmou na quinta, entretanto, que Bin Laden não estava entre os entrincheirados no Waziristão do Sul – embora não tenha dito como sabe disso.
Zawahiri, um cirurgião oftalmológico, é visto como cérebro estratégico da Al-Qaeda e seria uma das figuras-chave por trás dos atentados de 11 de setembro de 2001. Ele foi indiciado nos EUA por seu papel nos atentados de 1988 contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia. O FBI (polícia federal americana) pôs um prêmio de US$ 25 milhões sobre sua cabeça.
A captura do segundo terrorista mais procurado do mundo seria um grande trunfo para os Estados Unidos, duramente criticado por sua postura em relação ao Iraque, à medida que se aproxima o aniversário de um ano do início da guerra. Seria também um impulso para a campanha do presidente George W. Bush à reeleição – na qual a luta contra o terrorismo é tema central.
A especulação sobre a captura iminente de Zawahiri começou na quinta-feira após a exibição da entrevista do presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, com a rede de TV americana CNN. Musharraf disse que a resistência encontrada por seus homens no Waziristão do Sul levou generais a acreditar que eles estariam protegendo uma figura importante. Fontes militares disseram que esta figura seria Zawahiri.
As informações são da agência Reuters.
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