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A retirada espanhola do Iraque é quase inevitável, disse o primeiro-ministro eleito, José Luis Rodriguez Zapatero, em entrevista neste domingo, dia 21. No sábado, milhares de espanhóis ocuparam as ruas do país, numa demonstração de apoio à volta dos soldados espanhóis para casa.
Com a lembrança trágica das explosões de 11 de março, milhares de espanhóis participaram neste domingo de homenagens por todo o país às vítimas dos atentados, que deixaram 202 mortos em Madri. Numa das estações de trem que sofreu o ataque foi celebrada uma missa. Em uma manifestação separada, centenas de imigrantes, a maioria norte-africanos, cantavam "o islã não é terrorismo", numa manifestação para protestar contra os ataques e pedir tolerância racial.
Zapatero, do Partido Socialista, que venceu o governo de centro-direita em uma eleição surpreendente há uma semana, prometeu cumprir sua promessa pré-eleitoral de retirar os 1,3 mil soldados do Iraque, a não ser que a Organização das Nações Unidas (ONU) assumam o controle até meados do ano. Sua eleição foi obtida três dias depois dos supostos ataques ligados à Al Qaeda em 11 de março, que reativaram o sentimento antiguerra.
– Muito coisa precisa mudar no Iraque. A volta das tropas espanholas é uma decisão que será difícil de evitar – disse Zapatero ao jornal El País.
Zapatero disse acreditar que a ONU possa assumir o controle do Iraque até o prazo de 30 de junho, data marcada para entrega do poder aos iraquianos. Segundo ele, a única forma viável de ocupação seria a ONU assumir o controle político, para mais forças multinacionais, incluindo países árabes liderados pela Liga Árabe, serem envolvidas.
O apoio a sua posição antiguerra cresceu muito após os ataques nos trens que mataram 202 pessoas, vistos por muitos como uma vingança de islamistas radicais pelo apoio da Espanha à guerra liderada pelos EUA no Iraque. O chefe da política exterior da União Européia (UE), Javier Solana, disse em entrevista separada que nenhum país comprometeu-se mais com a luta contra o terror do que a Espanha e que seu país nativo ficaria no Iraque sob mandato da ONU.
– Meus compatriotas serão os últimos a desistir da luta contra o terrorismo. Tenho certeza que os terroristas não cumprirão nenhum de seus objetivos. Minha casa espanhola foi confrontada pelo terror do ETA por décadas. Pagamos um preço alto – disse Solana ao jornal alemão Bild am Sonntag.
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