A comissão independente americana que investiga as circunstâncias que cercaram os atentados de 11 de setembro de 2001 culpou nesta terça, dia 23, os governos de Bill Clinton (1993-2001) e George W. Bush por não conseguirem evitar a tragédia que deixou quase 3 mil mortos. Há poucos dias, Richard Clarke, ex-assessor antiterrorismo da Casa Branca, acusou Bush de ignorar a ameaça representada pela Al-Qaeda antes dos ataques.

Segundo um relatório preliminar da comissão, a decisão dos governos Clinton e Bush de adotar medidas diplomáticas em vez de militares contra a organização de Osama bin Laden permitiu aos terroristas evitarem a própria captura. O presidente da comissão, Thomas Kean, ressaltou que os ataques poderiam ter sido evitados se os controles nos aeroportos e o trabalho de inteligência fossem melhores.

Já em 1995 o governo Clinton tinha indícios dos vínculos de Bin Laden e do futuro organizador dos ataques, Khalid Sheikh Mohammed, com o terrorismo. O então presidente, ressaltou a comissão, perdeu muito tempo formulando acusações criminais em vez de se dedicar à lutra contra a ameaça terrorista. Já o governo Bush falhou em não agir imediatamente após receber uma série de informações e advertências da inteligência no começo de 2001.

Alguns funcionários da antiga e da atual administração americana prestaram depoimentos à comissão, incluindo a ex-secretária de Estado americana Madeleine Albright e seu sucessor, Colin Powell. Primeira testemunha a depor, Madeleine afirmou que o então presidente e sua equipe fizeram tudo o que podiam imaginar, baseados nas informações que tinham, para acabar com a Al-Qaeda. Já o atual secretário de Estado afirmou que o governo Bush foi informado pela equipe de Clinton sobre as ameaças que a Al-Qaeda e o Talibã (milícia afegã) representavam, mas não recebeu da administração anterior um plano de ação contra o terrorismo. Depois, disse Powell, Bush cobrou dos assessores uma estratégia ampla para destruir a Al-Qaeda.

Com informações de Zero Hora.