O administrador norte-americano do Iraque, Paul Bremer, cancelou uma viagem a Washington, onde se reuniria com parlamentares, e vai permanecer em Bagdá enquanto as tropas dos Estados Unidos (EUA) tentam conter uma rebelião de radicais xiitas. Bremer deveria ir ao Congresso nesta terça, dia 6, na tentativa de acalmar alguns parlamentares que já começam a questionar o cronograma para a transferência da soberania aos iraquianos, marcada para 30 de junho.

– Acho que é por causa da atividade que está ocorrendo lá que ele sentiu que deveria ficar –  disse o líder republicano no Senado, Bill Frist.

Nesta segunda, dia 5, helicópteros dos EUA bombardearam alvos em Bagdá, numa demonstração de força contra os xiitas que resistem aos planos norte-americanos para o país. Também houve enfrentamentos com rebeldes sunitas em Falluja, onde quatro norte-americanos foram mortos na semana passada. Moradores disseram que houve violentos disparos durante a noite, e um hospital informou que cinco pessoas morreram e três ficaram feridas.

Pelo menos 48 iraquianos, oito soldados dos EUA e um militar salvadorenho foram mortos em confrontos em Bagdá e Najaf no domingo. Além disso, quatro militares norte-americanos morreram em outros incidentes no domingo e na segunda-feira. Com o aumento da violência, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o republicano Richard Lugar, disse no domingo que o governo Bush deveria adiar a transferência do poder marcada para o fim de junho.

Porém o presidente George W. Bush disse, em discurso nesta segunda, que o prazo será mantido. O senador Carl Levin, líder democrata na Comissão de Serviços Armados do Senado, pediu a Bush, também em discurso na segunda-feira, que consulte outros países sobre a questão. Ele propôs ainda maior envolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU )na transferência de poder. Com informações da agência Reuters.