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 | 14/05/2001 17h06min

Distribuidoras apostam em abastecimento normal no Sul

Os presidentes das três distribuidoras de energia elétrica do Rio Grande do Sul, Sydney Simonaggio, da Rio Grande Energia (RGE), Vicente Rauber, da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), e Damian Obiglio, da AES Sul, foram taxativos em afirmar que é remota a possibilidade e não tem razão de ocorrer racionamento na região Sul. Eles estão reunidos nesta segunda-feira, em Florianópolis, juntamente com representantes da Celesc (Santa Catarina) e da Copel (Paraná) com o objetivo de elaborar um documento técnico para comprovar que os três Estados não devem integrar o plano de racionamento do governo federal. De acordo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o racionamento no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste deve começar em 1º de junho, no Norte, em julho, e no Sul, em agosto. Para Simonaggio, a quantidade de hidrelétricas e termoelétricas que abastecem a Região Sul permite a transferência de energia para o Sudeste sem comprometer o abastecimento local. Mesmo com chuvas de 80% da média histórica na região, segundo ele, será possível garantir energia para os três Estados do sul. – Essa ajuda vai até o limite técnico dos equipamentos de transmissão – salientou Simonaggio. De acordo com Rauber, essa é uma característica do Sistema Integrado Nacional (SIN), controlado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), onde os Estados devem se ajudar mutuamente em casos de escassez energética. Para ele, todos os parâmetros técnicos e climáticos não apontam para a necessidade de cortes no Sul. Um estudo sobre a situação das reservas energéticas dos três Estados sulinos foi elaborado pelas distribuidoras regionais de energia. O material será apreciado na próxima quarta-feira pelo ONS, no Rio de Janeiro. Conforme o presidente da CEEE, desde 1998 havia sinais de um descompasso entre as necessidades de mercado e a geração de energia. Segundo ele, os reservatórios da região Sudeste chegaram ao fim daquele ano com níveis inferiores às médias anteriores. A produção energética brasileira sempre esteve baseada em hidrelétricas. Atualmente, cerca de 92% da energia é produzida nesse sistema. Conforme Rauber, esse tipo de usina sempre foi mais barato devido às necessidades e à realidade do país. Formas alternativas de energia, como a eólica, segundo ele, por enquanto são caras e resolvem apenas problemas isolados de geração. As distribuidoras estão preocupadas, mesmo sem o racionamento, em reduzir o consumo e aumentar a oferta de energia no Sul. Medidas como a antecipação da conclusão de usinas hidrelétricas e termoelétricas, importação de energia da Argentina, redução do consumo em prédios públicos e na iluminação pública estão sendo debatidas. Conforme Simonaggio, a simples troca das lâmpadas de mercúrio por produtos que usam vapor de sódio pode reduzir o consumo de energia em até 30%. As informações são da Rádio Gaúcha.

 
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