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Quarteto de mediadores pede desocupação total de Gaza

EUA, ONU, Rússia e UE acreditam que plano representa uma chancede paz

O quarteto de mediadores para o Oriente Médio pediu nesta terça, dia 4, que Israel desocupe completamente a Faixa de Gaza e disse que o plano para isso representa "uma rara oportunidade", apesar de ter sido rejeitado pelos conservadores israelenses.

Estados Unidos, Rússia, União Européia e ONU afirmaram também que as questões mais delicadas devem ser negociadas entre israelenses e palestinos. Na prática, isso contradiz as garantias dadas pelo presidente dos EUA, George W. Bush, de que Israel poderia manter parte de seus assentamentos na Cisjordânia e impedir o regresso de refugiados.

Após mais de duas horas de reunião na sede da ONU, o secretário-geral Kofi Annan disse que o quarteto vê a atual situação no Oriente Médio com "grande preocupação".

No domingo, referendo interno do partido governista Likud rejeitou a proposta unilateral de desocupação de todos os 21 assentamentos em Gaza e de 4 dos 120 na Cisjordânia, como queria o primeiro-ministro Ariel Sharon.

Sharon consultou seus ministros sobre a possibilidade de reformular o plano. Mas uma importante fonte do governo disse que sua intenção é apresentá-lo com o mínimo de modificações, apesar de os jornais locais relatarem que ele pode se limitar a abandonar três assentamentos na Faixa de Gaza e dois na Cisjordânia.

Lendo uma nota em nome do quarteto, Annan disse que a proposta de desocupação "oferece uma rara oportunidade na busca da paz no Oriente Médio".

– Essa iniciativa, que deve levar à total retirada israelense e ao final da ocupação em Gaza, pode ser um passo rumo à concretização de dois Estados, retomando o processo de paz – disse o texto.

– Nenhum dos lados deve adotar medidas unilaterais que visem a predeterminar questões que só podem ser resolvidas por negociação e acordo entre as partes.

Os palestinos querem garantir o retorno ao território onde hoje fica Israel dos refugiados da guerra de 1948. Além disso, consideram que a manutenção de assentamentos na Cisjordânia inviabilizaria a criação de um Estado palestino em 2005, como previsto pelo plano de paz norte-americano.

Embora não tenha comentado a posição de Bush sobre a questão, o chanceler russo, Sergei Lavrov, frisou que "todas as questões, em particular as de refugiados e fronteiras, devem ser resolvidas por meio de negociações entre as partes".

A reunião na ONU foi a primeira do quarteto desde setembro. Além de Lavrov e Annan, participaram o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, e o chefe da política externa européia, Javier Solana.

O chefe de gabinete palestino Saeb Erekat elogiou a posição do quarteto de apoiar "decisões negociadas e não impostas".

Já o secretário Colin Powell afirmou que as negociações continuam.

– Estamos conversando com nossos amigos árabes. Eles precisam saber que o presidente (Bush) não os abandonou.

As informações são da agência Reuters.

 
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