| 06/05/2004 13h30min
Comentaristas e especialistas do mundo árabe avaliaram como insuficientes as entrevistas do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a duas redes de TV árabes condenando os abusos contra prisioneiros de guerra iraquianos em uma prisão de Bagdá.
Enquanto os canais de TV Al Hurra e Al Arabiya exibiam as entrevistas de Bush, comentaristas afirmavam que os árabes sempre viam Bush na TV e que não mudariam de opinião por causa de suas novas aparições. Alguns afirmaram que o dirigente estava mais preocupado com sua imagem junto aos norte-americanos do que com melhorar as relações com o mundo árabe. Bush tenta se reeleger em novembro.
Na entrevista ao canal Al Arabiya, com sede em Dubai (Emirados Árabes Unidos), o líder norte-americano disse que a tortura de prisioneiros iraquianos por soldados dos EUA era algo abominável e prometeu punir os responsáveis depois de uma investigação. Mas o dirigente não se desculpou pelos abusos e nem sugeriu mudanças nas políticas que, segundo o presidente do Egito, Hosni Mubarak, são responsáveis por fazer aumentar o ódio dos árabes em relação aos EUA.
– Não é suficiente que o presidente norte-americano puna os soldados responsáveis por esses atos odiosos e não é suficiente que a assessora de segurança nacional (Condoleezza Rice) peça desculpas – escreveu o comentarista Ghassan Sharbal no jornal Al Hayat, publicado em Londres.
O colunista egípcio Ahmed el-Birri escreveu no jornal Al Ahram, do Egito:
– Não basta que Bush mostre-se indignado. O que eles precisam fazer é retirar suas forças do Iraque, admitir essa terrível injustiça cometida com o Iraque e desculpar-se em público pelo que os soldados fizeram.
Com informações da agência Reuters.
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