| 13/05/2004 16h11min
O governo de Tony Blair classificou nesta quinta, dia 13, como falsas as fotografias que supostamente mostram soldados britânicos cometendo abusos contra prisioneiros iraquianos, numa tentativa de conter o crescente escândalo sobre o caso.
O ministro das Forças Armadas, Adam Ingram, defendeu-se contra as acusações de não ter informado ao Parlamento tudo o que sabia.
– Essas fotos categoricamente não foram tiradas no Iraque – disse ele sobre as imagens publicadas pelo jornal The Daily Mirror, que mostravam supostos soldados britânicos urinando sobre um prisioneiro iraquiano encapuzado.
Ele desafiou o jornal a colaborar com a investigação militar que analisa o caso. As fotos são diferentes das que causaram escândalo nos Estados Unidos.
O Partido Conservador, de oposição, questionou o jornal sobre que atitude tomaria contra o editor Piers Morgan.
– Aqueles que foram coniventes com a produção dessas fotos e aqueles que as publicaram cometeram um grande erro – disse o porta-voz Keith Simpson.
Uma fonte do regimento acusado dos maus-tratos disse que o próprio regimento tinha convicção de que as fotos eram falsas.
– Eles estão furiosos – afirmou.
As autoridades admitem, no entanto, que o problema está longe de acabar. Relatórios da Cruz Vermelha e da Anistia Internacional levantaram dúvidas sobre o tratamento dado por britânicos a civis e prisioneiros no Iraque.
Para os conservadores, Ingram iludiu o Parlamento na semana passada ao dizer que não tinha recebido relatórios "adversos" sobre a conduta dos soldados britânicos. Ele alegou não ter visto um relatório completo, apenas uma carta de uma página com uma lista de pontos preocupantes.
A Anistia diz ter alertado Ingram sobre o assassinato desnecessário de civis – incluindo uma menina de 8 anos – no ano passado, e afirma que o ministro confirmou o recebimento da carta.
– A acusação principal é que eu recebi relatórios sobre abusos na prisão e não fiz nada. Isso simplesmente não se sustenta – disse Ingram.
O fato de um relatório da Cruz Vermelha de fevereiro não ter sido mostrado aos ministros também vem gerando críticas.
As informações são da agência Reuters.
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