Fuzileiros navais dos Estados Unidos afirmaram nesta quarta, dia 11, estarem se preparando para um assalto final contra a cidade xiita de Najaf, sul do Iraque, depois de o clérigo radical Moqtada al-Sadr ter mandado seus homens continuarem lutando mesmo que ele fosse morto.

Centenas de pessoas foram mortas ou feridas na última semana em enfrentamentos esporádicos entre militares norte-americanos e milicianos fiéis ao clérigo.

– As forças iraquianas e norte-americanas estão em seus estágios finais de preparação para colocar fim à luta deflagrada pela milícia de Moqtada – afirmou o coronel Anthony Haslam, do 11ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros, estacionada em Najaf.

Haslam forneceu poucos detalhes, mas as ameaças dele e a postura de Sadr atraíram atenção para a batalha, o teste mais difícil até o momento para o governo interino liderado pelo primeiro-ministro Iyad Allawi.

Em um sinal de crescente insatisfação com Allawi e com a ação militar em Najaf, milhares de manifestantes foram às ruas de Nassiriya (sul) pedindo a renúncia do premiê. A sede do partido dele na cidade foi incendiada pela multidão.

A maior parte dos homens de Sadr e ele próprio estão escondidos no antigo cemitério xiita de Najaf e no santuário do Imã Ali, perto da área. Invadir tais símbolos religiosos poderia provocar uma onda de instabilidade em meio à comunidade xiita, majoritária no Iraque.

O enfrentamento entre as forças norte-americanas e a milícia Exército Mehdi, de Moqtada, é parte de um levante xiita mais amplo e que atinge ao menos sete cidades das regiões sul e central do país.

Os conflitos estão atrapalhando as exportações de petróleo pelo Iraque e detonaram uma alta nos preços do produto em todo o mundo. Na quarta, o país exportava o combustível em uma velocidade limitada devido a danos em um oleoduto provocados por um ato de sabotagem.  O preço do petróleo chegou a US$ 44,80 o barril, perto do pico de terça-feira, de US$ 45,04.

A crise em Najaf também parece ter criado rachas dentro do governo de Allawi. O vice-presidente, Ibrahim Jaafari, pediu que os soldados norte-americanos deixassem a cidade para que se colocasse fim aos combates.

As informações são da agência Reuters.