| 27/01/2005 22h47min
O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, disse nesta quinta, dia 27, que a eleição de domingo no Iraque não será totalmente democrática e não deve conter a violência nem estabilizar o país. Erdogan conversou com jornalistas no Fórum Econômico Mundial, lembrando que um importante grupo étnico, os árabes sunitas, decidiram não participar da votação.
– Nem todo o eleitorado poderá votar. Isto é um sinal de mais alguns fatos negativos no futuro do Iraque – afirmou.
Sobre a possibilidade de a eleição ajudar a reduzir a violência, Erdogan disse que "pelo que parece agora, não dá a impressão de que vá diminuir". A Turquia recusou que os Estados Unidos usassem suas bases para lançar a invasão que derrubou Saddam Hussein, em 2003. Erdogan disse que não se arrepende da decisão, pois a Turquia não apóia atitudes que considere injustas.
Entre as "irregularidades" citadas por Erdogan no processo eleitoral estão a falta de um cadastro eleitoral adequado e a possibilidade de que eleitores de outras regiões transfiram seu título para a cidade de Kirkuk, que os curdos iraquianos consideram parte da sua região autônoma.
O premiê turco se disse preocupado com o predomínio das questões étnicas na campanha, o que provoca fortes divisões, e destacou o compromisso de seu país com a integridade territorial do vizinho Iraque. Erdogan manifestou dúvidas sobre os rumores de que os Estados Unidos podem estar preparando uma ação militar contra o Irã. Mas se recusou a descartar categoricamente a concessão de bases na Turquia para tal empreitada.
– É cedo para falar nisso. Não se tomam decisões com base em suposições.
Ele disse que a Turquia não tem por que duvidar da sinceridade de Teerã quando diz que seu programa nuclear é estritamente pacífico e que está colaborando com os inspetores da Organização das Nações Unidas. Os EUA acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares.
– Tivemos uma experiência similar no Iraque. Acreditamos que cada país no mundo tirou lições do que passamos no Iraque – afirmou Erdogan, aludindo às suspeitas não confirmadas da existência de armas de destruição em massa no país.
As informações são da agência Reuters.
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