| 01/03/2005 22h31min
O presidente sírio Bashar al-Assad disse esperar que as tropas sírias saiam do Líbano dentro de alguns meses, enquanto centenas de manifestantes libaneses voltaram às ruas do centro de Beirute nesta terça, 1º de março, para exigir que a Síria deixe o país.
A Síria mantém 14 mil soldados no Líbano, mas seu papel dominante no país vem sofrendo pressão constante devido a manifestações maciças provocadas pelo assassinato, no mês passado, do ex-premiê libanês Rafik al-Hariri. Duas semanas de protestos inéditos obrigaram o gabinete do premiê Omar Karami, pró-Síria, a renunciar nesta segunda, pressionando Damasco. A medida deixou nas mãos das autoridades uma complicada busca por um novo premiê.
– (A retirada) deve acontecer muito em breve, talvez nos próximos meses. Não depois disso, disse Assad à Time em uma entrevista publicada no site da revista norte-americana nesta terça.
Assad não deu um cronograma definitivo para a retirada de seu Exército, dizendo que isso dependia de considerações técnicas, e não políticas.
Temores no mercado de um vácuo político colocaram a libra libanesa sob intensa pressão, obrigando o Banco Central a mexer em suas reservas de câmbio de moedas estrangeiras para defender sua moeda. A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, elogiou o que chamou de medidas para restaurar a democracia no Líbano.
– O povo libanês está começando a expressar suas aspirações pela democracia.Isso é algo que apoiamos muito, disse Rica, que estava em Londres.
Rice e o ministro das Relações Exteriores da França, Michel Barnier, voltaram a pedir à Síria que retire suas tropas do Líbano. Washington e Paris, co-patrocinadores da resolução 1559 do Conselho de Segurança da ONU, que exige o fim da interferência estrangeira no Líbano, pediram que as eleições gerais planejadas para maio sejam livres e justas e sugeriram assistência internacional.
Milhares de manifestantes transformaram uma praça de Beirute em um mar de bandeiras libanesas na noite desta segunda e celebraram quando o governo surpreendentemente renunciou depois de um debate parlamentar sobre o assassinato de Hariri. Os manifestantes deixaram as ruas na madrugada de terça, mas logo algumas centenas voltaram, prometendo manter os protestos até que as tropas sírias deixem o país.
As informações são da agência Reuters.
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