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 | 04/03/2005 20h38min

Itália cobra explicações de tiros dos EUA contra jornalista

Exército norte-americano diz que soldados tentaram alertar veículo

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, exigiu nesta sexta, dia 4, que os Estados Unidos expliquem por que suas forças dispararam contra a jornalista Giuliana Sgrena, que acabava de ser libertada por seqüestradores, e mataram um agente do serviço secreto italiano. Berlusconi, um importante aliado do presidente norte-americano George W. Bush, se disse chocado com o incidente e convocou o embaixador norte-americano em Roma para prestar explicações.

– Ficamos petrificados quando as autoridades nos contaram sobre isso ao telefone – disse Berlusconi em entrevista coletiva. – Convoquei imediatamente o embaixador dos EUA, que terá de esclarecer o comportamento dos militares em um incidente tão sério, pelo qual alguém terá de se responsabilizar.

O presidente Bush disse lamentar a perda de vidas no incidente. O Departamento de Defesa dos EUA afirmou que "forças multinacionais" dispararam ao ver um carro se aproximando em alta velocidade do posto de controle, sem saber quem eram seus ocupantes. Os Exército norte-americano informou que seus soldados tentaram alertar o veículo que transportava a jornalista, mas, como o motorista não parou, os militares atiraram  contra o veículo.

Sgrena, que trabalha para o jornal comunista romano Il Manifesto, desaparecera no dia 4 de fevereiro, em Bagdá. Doze dias depois, ela apareceu em um vídeo implorando para não ser morta e pedindo a saída das forças estrangeiras do Iraque.

Ela foi entregue a três agentes italianos na sexta-feira e estava sendo levada para o aeroporto quando, ao passar por um posto de controle, o carro foi alvejado pelos soldados norte-americanos, segundo Berlusconi.

– O agente Nicola Calipari cobriu Sgrena com seu corpo, ele foi atingido por uma bala que infelizmente foi fatal – disse o primeiro-ministro.

Todos os outros três passageiros ficaram feridos. Sgrena foi atingida por estilhaços no ombro e recebeu atendimento em um hospital militar norte-americano.

Berlusconi afirmou que conhecia pessoalmente Calipari, que havia trabalhado em outros casos de sequestros no Iraque, e que a viúva dele trabalha no seu gabinete no palácio Chigi.

O agente, um ex-policial, também era conhecido pelo companheiro de Sgrena, Pier Scolari, que o encontrou nos dias que antecederam   libertação da jornalista.

– Ele era um homem extraordinário, um homem que me deu a certeza de que Giuliana viria para casa. Quando soube que ele havia sido morto por soldados norte-americanos, senti uma dor que por um momento superou a alegria pela libertação.

O incidente fez com que a libertação de Sgrena, 57, despertasse muito menos euforia na Itália do que se viu ao final do cativeiro das trabalhadoras humanitárias Simona Pari e Simona Torretta, em setembro.

Assim como as "duas Simonas", Sgrena sempre foi contra a presença de tropas estrangeiras no Iraque. A Itália mantém cerca de 3 mil soldados no país, o quarto maior contingente (depois de EUA, Grã-Bretanha e Coréia do Sul).

Uma outra jornalista européia, a francesa Florence Aubenas, continua seqüestrada no Iraque, desde 5 de janeiro. Nesta semana, ela apareceu em um vídeo, com aspecto tenso e exausto, pedindo ajuda.

Com informações da agência Reuters e Globo Online.

 
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