| 01/04/2005 09h37min
Pelo menos 30 pessoas foram executadas no fim da noite de quinta em dois municípios da Baixada Fluminense. Além das dezesseis pessoas assassinadas no bairro da Posse, em Nova Iguaçu, 12 no município de Queimados, outras duas foram mortas durante a fuga dos agressores, na proximidades da rodovia Presidente Dutra. Os crimes foram praticados por homens fortemente armados que estariam em um veículo Gol.
Entre as vítimas, há crianças, adolescentes, mulheres e homens. A polícia procura outras pessoas que teriam sido alvejadas.
Segundo o 24º BPM, cinco pessoas foram assassinadas na Rua Carlos Sampaio, no Campo da Banha: Marcos Vinícius Cipriano, de 15 anos, Marcelo Júlio Gomes do Nascimento, de 16 anos, Francisco da Silva Neto, de 34 anos, Marco Aurélio Alves, de 37 anos, e João da Costa Magalhães, de 53 anos.
A um quilômetro dali, morreram mais quatro na Avenida Ministro Odilon Braga, no Centro: Vágner Oliveira da Silva, de 25, Márcio Joaquim Martins, de 26, Luís Jorge Barbosa Rodrigues, de 27, e Fábio Vasconcelos, de 29. Perto dali, os assassinos mataram Renato Azevedo dos Santos, de 32, na Avenida Marinho Hemetério de Oliveira, no mesmo bairro, em frente ao cemitério. Calupe Florindo Ferreira, de 64 anos, foi assassinado na Rua Maria Cândida, no Centro. E na Rua 1, no Fancem, morreu José Augusto Pereira, de 26. As demais pessoas ainda não foram identificadas.
– Foi tudo muito rápido. Eu subi até em casa e desci correndo quando ouvi aquele monte de tiro. Nós ficamos desesperados. Quando chegamos, o carro já tinha ido embora – contou Creuza Regina, avó de uma das vítimas, de 14 anos.
– Estou chocado. Meu sobrinho estava brincado com o primo dele e foi brutalmente assassinado – afirmou Angelo Soares, tio de um adolescente de 13 anos.
Segundo testemunhas, os agressores chegaram atirando e não deram tempo para as pessoas se esconderem. A Secretaria de Segurança Pública suspeita que policiais militares possam estar envolvidos nas chacinas. Em nota oficial, o secretário de segurança pública, Marcelo Itagiba, afirmou que os crimes podem ser uma represália à prisão de oito PMs acusados de matar duas pessoas.
A cabeça de uma dessas duas vítimas foi jogada dentro de um batalhão da PM.
– A Secretaria de Segurança Pública vai continuar expurgando das corporações todos os que desonram as fardas e os distintivos – disse Itagiba.
Em 1993, 21 pessoas foram assassinadas em Vigário Geral por um grupo de extermínio formado por policiais militares.
– A Secretaria de Segurança trabalha com uma forte hipótese de que a chacina tenha sido uma represália à operação Navalha na Carne, que prendeu oito policiais militares suspeitos de terem cometido um duplo assassinato nos fundos do batalhão de Duque de Caxias – completou Itagiba.
As informações são da agência Reuters.
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