Cristãos, mulçumanos e judeus renderam tributos ao papa João Paulo II no dia de sua morte, neste sábado, dia 2. Fiéis das três religiões lembraram seus esforços incansáveis para unir fiéis de diferentes credos. Suas visitas a uma sinagoga em Roma e a uma mesquita em Damasco foram as primeiras de um pontífice a templos desse tipo.

Por várias vezes, João Paulo II pediu a paz entre os povos do Oriente Médio, principalmente em relação ao conflito entre árabes e palestinos. Quando o Papa esteve na Terra Santa, em março de 2000, chamou mulçumanos e judeus a coexistir pacificamente.

Na Igreja da Natividade, em Belém, cerca de 150 fiéis, na sua maioria palestinos, participaram de uma missa especial pela alma do pontífice. Na Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, que marca o lugar onde Jesus foi crucificado, fiéis de todo o mundo lembraram as contribuições de João Paulo II à tolerância e coexistência.

O Papa, que se criou em um povoado polonês com grande população judia, condenou com freqüência o anti-semitismo e, em 1986, fez história ao visitar a principal sinagoga de Roma. O pontífice estabeleceu relações diplomáticas com Israel em 1993 e, em 2000, foi o primeiro papa a visitar o Estado judeu em 36 anos.

João Paulo II expressou arrependimento pela falta de proteção que os judeus receberam por parte de alguns cristãos durante a Segunda Guerra. Sua beatificação ao papa Pio XII, no entanto, gerou atrito com os israelenses. Pio XII era papa durante a Segunda Guerra e foi acusado de não atuar com suficiente rigor contra o genocídio promovido pelos nazistas.

As informações são da agência AP.

As fotos da comoção pela morte do Papa no mundo.