Centenas de pessoas dormem nas ruas próximas ao Vaticano, prontas para correrem para a Praça de São Pedro na manhã desta sexta, dia 8, quando ela for aberta para o maior funeral da história moderna.

Funcionários do Vaticano fecharam as portas da basílica do século 16 na noite de quinta-feira (à tarde no Brasil), encerrando quatro dias de velório. Durante esse período, milhões de peregrinos de todo o mundo esperaram pacientemente na fila, por até 16 horas, para homenagear o pontífice, morto no sábado.

A Itália fechou o espaço aéreo sobre Roma e convocou forças extraordinárias, baterias antiaéreas e barcos de patrulha para vigiar o enterro do papa polonês. Roma foi invadida por milhares de peregrinos poloneses, que chegaram de avião, trem e ônibus.

Durante o funeral, o presidente norte-americano, George W.Bush estará separado por poucos metros do presidente Mohammad Khatami, do Irã, um dos países que Washington qualifica como parte do "eixo do mal". Outros governantes de países inimigos também vão se cruzar no Vaticano, numa adequada homenagem a um papa que pregou a paz e a união.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vai enviar o avião-espião Awacs para patrulhar o céu romano durante a reunião de líderes mundiais, que a entidade considerou "possivelmente sem precedentes". A Itália mantém mísseis terra-ar Spada e Hawk escondidos em vários pontos da cidade, segundo as autoridades. Helicópteros militares sobrevoam o Vaticano, um navio de guerra patrulha o litoral próximo e mais de 6,5 mil soldados vigiam a cidade.

Cerca de 4 milhões de fiéis de todo o mundo já lotaram Roma, paralisando a cidade, apesar de não provocarem tumultos. Para permitir que a enxurrada de peregrinos se aproxime da Praça de São Pedro na sexta-feira, todos os carros serão proibidos de circular em Roma. Órgãos públicos, escolas e muitas lojas não abrirão. Por toda a cidade, foram espalhados 27 telões que vão transmitir as três horas de cerimônia.

As informações são da agência Reuters.