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 | 03/05/2005 09h48min

Jornais britânicos apóiam Blair em seus editoriais

Eleição britânica ocorre na próxima quinta

Dois importantes jornais britânicos, o econômico Financial Times e o Times, apóiam nesta terça, dia 3, em seus editoriais o Partido Trabalhista para as eleições desta quinta e consideram que os conservadores ainda não tiveram méritos para voltar ao poder.

O Financial Times concorda com o semanário The Economist, pertencente ao mesmo grupo editorial, Pearson, em que não há uma "alternativa convincente" a Tony Blair, por isso "não chegou a hora de mudar" de partido governante. O Times, propriedade do grupo do magnata Rupert Murdoch, considera o trabalhista como seu "governo preferido" e afirma que "o melhor para a Grã-Bretanha" seria "uma maioria trabalhista mais reduzida, mas viável" e "uma oposição conservadora maior e renovada".

O Financial Times justifica sua escolha ao assinalar que os trabalhistas "demonstraram acima de qualquer dúvida sua concorrência econômica, e seu manifesto (eleitoral) é uma promessa sólida de que haverá (no novo mandato ao qual aspiram) mais do mesmo na maioria das áreas". Há, no entanto, um problema, "a despesa pública, que cresceu rapidamente tanto em termos absolutos como em relação ao produto interno bruto e que seguirá crescendo pelo menos até 2008", critica o jornal, que fala da preocupação do empresariado por uma subida de impostos.

Mas, argumenta o Financial Times, o problema dos conservadores "é que seu manifesto é menos um programa de governo que uma mal preparada lista de agravos, destinada a afagar e reafirmar" os preconceitos e temores das pessoas como sua proposta de introduzir cotas de imigração, "criticada pela indústria". O jornal classifica além disso de "irresponsável e inviável" seu anúncio de que um futuro governo conservador renegociará as condições nas quais a Grã-Bretanha está na União Européia, e adverte que isso conduziria ao maior "isolamento do Reino Unido do restante da Europa nos últimos trinta anos".

Segundo o Financial Times, os conservadores têm razão ao criticar o peso que representam para o mundo empresarial a burocracia, os impostos sobre as sociedades e as obrigações sociais, assim como o aumento da despesa pública, mas "não explicaram de modo convincente como o estabilizariam ou reduziriam". O jornal diz que há "argumentos de peso" a favor de "uma limitação do papel do Estado, um rebaixamento de impostos e reformas dos serviços públicos mais radicais e baseados nas leis do mercado", mas acrescenta que a lástima é que (o líder conservador, Michael) Howard não tenha esgrimido esses argumentos.

– Há bons motivos para que o país esteja desencantado com Tony Blair, sobretudo os relacionados com a perda de confiança derivada da guerra do Iraque e de seu estilo informal de governo. Mas os conservadores de Howard não parecem ser uma alternativa convincente – conclui o editorial.

O Times chega a uma conclusão similar após assinalar que embora Howard às vezes possa ser "plausível como primeiro-ministro", seu problema é que parece muitas vezes mais "um advogado dando uma instrução que um estadista". Além disso, "muitos dos membros de seu governo não estão infelizmente qualificados para ocupar os postos aos quais aspiram", diz o periódico.

– Os tories (conservadores) necessitam com urgência de novos talentos e idéias originais. Uma transfusão de pessoas e idéias é absolutamente vital para a política britânica – declara o Times.

As informações são da EFE.

 
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