O resultado exato das eleições gerais do Reino Unido devem ser conhecidas na manhã desta sexta, dia 6, mas a terceira vitória do primeiro-ministro Tony Blair parece já estar certa.

Segundo revelou uma pesquisa boca-de-urna encomendada pelas redes de televisão britânicas BBC e ITV, os britânicos concederam, de forma relutante,  um terceiro mandato a Blair.  A distribuição do voto, segundo o levantamento, seria de 37% para os trabalhistas, 33% para os conservadores de Michael Howard e 22% para os liberal-democratas de Charles Kennedy.

O premiê, porém, contará agora com uma bancada parlamentar muito menor que a anterior. Nesta eleição houve uma redução expressiva na maioria parlamentar do Partido Trabalhista para 66 cadeiras, ante as 161 da eleição anterior, segundo a pesquisa. O Parlamento possui 646 integrantes. 

A diminuição no número de parlamentares governistas minaria a autoridade de Blair no terceiro e último mandato, quando ele tentará persuadir os britânicos a aprovar a nova Constituição da União Européia (UE). O encolhimento da base de apoio também pode antecipar o final do governo do premiê.

– Acho que isso vai manchar a posição dele dentro do partido. Ele não é mais o mágico que era– afirmou Anthony King, professor de ciências políticas da Universidade Essex, na Grã-Bretanha .

Se a bancada de Blair não obtiver uma maioria superior a 60 cadeiras, o dirigente se deparará com o perigo de ver seus projetos de lei bloqueados por um grupo de parlamentares trabalhistas contrários às políticas dele.

– Há um sentimento de que essa eleição foi um plebiscito a respeito de Blair. E eu acho que ela o deixará bastante enfraquecido– disse Mark Wickham-Jones, professor de ciências políticas da Universidade Bristol, na Grã-Bretanha.

Apesar deste ter sido o pior desempenho de Blair em eleições, a pesquisa previu que ele se transformará no segundo primeiro-ministro da história britânica a vencer três eleições consecutivas. Apenas Margaret Thatcher havia realizado esse feito até agora.

As pesquisas de boca-de-urna, no entanto, não são uma ciência precisa. Elas previram com precisão as vitórias de Blair em 2001 e em 1997, as quais ele venceu com ampla vantagem. Mas em uma disputa mais apertada em 1992, elas apontaram uma vitória dos trabalhistas que acabou não se concretizando.

As informações são da agência Reuters.