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 | 20/08/2005 17h43min

Governo britânico apóia Ian Blair no caso de Jean Charles

Família de brasileiro exigiu renúncia do chefe da polícia londrina

O ministro britânico do Interior, Charles Clarke, apoiou hoje o chefe da Polícia Metropolitana de Londres, Ian Blair, que teve a renúncia pedida pela família do brasileiro morto a tiros por agentes que o confundiram com um terrorista.

– Estou contente com o comportamento não só de Ian Blair, mas de toda a Polícia Metropolitana em relação a investigação – disse Clarke.

A família de Jean Charles de Menezes, de 27 anos, exigiu a renúncia de Ian Blair, a quem acusa de mentir sobre a trágica morte do brasileiro. Jean Charles morreu em 22 julho na estação de metrô de Stockwell (sul de Londres) após receber oito tiros – sete na cabeça e um no ombro – de agentes que pensaram que era um terrorista suicida.

Clarke disse que "a morte do senhor Menezes é uma tragédia terrível, como reconhece o mundo inteiro, e necessita ser investigada de forma apropriada e completa". O ministro ressaltou que essa investigação é uma tarefa que está nas mãos da Comissão Independente de Queixas da Polícia (IPCC, na sigla em inglês). No entanto, Clarke manifestou seu apoio à atuação da Polícia desde os atentados de 7 e 21 de julho contra a rede de transporte público de Londres.

Apesar do erro da Polícia, Blair indicou, em declarações divulgadas hoje pelo jornal Daily Mail, que a política de atirar para matar das forças de segurança no caso de supostos terroristas suicidas "continua sendo essencialmente a mesma", apesar de algumas pequenas mudanças de que não forneceu detalhes.

O responsável policial está sob um grande pressão depois que nesta semana a imprensa divulgou documentos da investigação do fato que põem em dúvida a versão inicial das forças de ordem. Segundo os documentos, Jean Charles não fugiu dos agentes nem vestia um casaco em que podia esconder uma bomba, como garantiu a polícia em princípio. A conduta do comissário também foi colocada em xeque depois que a IPCC revelou na quinta-feira passada que a Scotland Yard resistiu inicialmente à abertura de sua investigação sobre as circunstâncias da trágica morte de Jean Charles.

AGÊNCIA EFE
 
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