| 13/09/2005 14h33min
O presidente do Conselho de Administração da Varig, David Zylbersztajn, e o presidente da companhia, Omar Carneiro da Cunha, apresentaram hoje formalmente ao governo federal o plano de recuperação judicial da empresa área. Após reunião com o presidente em exercício e ministro da Defesa, José Alencar, Zylbersztajn afirmou que, se a Justiça não determinar a prorrogação, o processo de recuperação da empresa será concluído no prazo legal de 180 dias, ou seja, até o final de dezembro. Com dívida de R$ 7,7 bilhões, a Varig entregou ontem o plano de recuperação à Justiça do Rio.
– Estamos no início de um processo de negociação com os credores – disse Zylbersztajn.
O plano inclui as empresas Varig, Rio Sul e Nordeste e mantém a proposta de venda da empresa de logística VarigLog ao fundo de investimentos norte-americano Matlin Patterson por US$ 38 milhões em dinheiro e US$ 65 milhões em dívidas a receber.
O programa prevê ainda a demissão de 1,5 mil funcionários, ou seja, 13% dos atuais 12 mil servidores do grupo e a venda, por meio de leilão, de parte das operações da Varig, Rio Sul e Nordeste para uma nova companhia a ser criada. O plano ainda será discutido por credores, no dia 24. De acordo com David Zylbersztajn, há três classes de credores, os chamados trabalhistas, os garantidos e os sem garantia.
Também participaram da reunião, no Palácio do Planalto, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, e o diretor-geral do Departamento de Aviação Civil (DAC), brigadeiro Jorge Godinho Nery. Segundo o presidente do Conselho de Administração da Varig, na reunião não foram discutidas questões referentes a débitos fiscais e previdenciários da empresa. Ele disse que as alternativas para o pagamento de dívidas junto à Receita Federal e ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por exemplo, estão sendo discutidas com o Ministério da Fazenda.
Na avaliação do presidente do Conselho de Administração da Varig, os credores ainda não têm "compreensão clara" sobre a Lei de Recuperação de Empresas, conhecida como Lei de Falências:
– Como a lei é nova, é natural que haja algum tipo de dúvida. Alguns credores – não sei se deliberadamente ou não – não têm confiança em praticar o que a lei diz. Não flexibilizam o suficiente, o que poderiam fazer com alguma garantia, ou seja, hoje o crédito Varig é infinitamente melhor do que era antes de entrar em recuperação judicial.
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