A jovem britânica Samantha Lewthwaite, viúva de um terrorista suicida dos atentados de 7 de julho passado no metrô de Londres, culpa as mesquitas radicais de envenenar a mente de seu marido. Na ocasião, o marido de Samantha foi responsável por 26 das 56 mortes causadas.

Em suas primeiras declarações públicas após os quatro atentados terroristas da capital britânica, Lewthwaite, de 21 anos, condena o atentado e diz que um dia terá que explicar aos dois filhos o que o pai fez. A mulher deu à luz a uma menina há apenas duas semanas.

Em entrevista ao jornal The Sun, Lewthwaite classifica o marido, Germaine Lindsay, de 19 anos, como um homem pacífico que amava as pessoas. Ela explica que sua personalidade mudou após reunir-se com um grupo de homens nas mesquitas. Lindsay começou a ausentar-se de seu domicílio durante vários dias seguidos para visitar mesquitas em diversos lugares do país, e quando ocorreram os atentados, Lewthwaite pensou que ele tinha ido à mesquita.

Seu mundo veio abaixo quando a polícia mostrou uma gravação de vídeo na qual via o marido a caminho do local onde iria realizar o atentado. Segundo Lewthwaite, filha de um militar britânico convertida também ao Islã, seu marido se enfurecia cada vez que via morrer civis muçulmanos nas ruas do Iraque, da Bósnia e do Oriente Médio, pois pensava que quem sofria era sempre os inocentes.

Samantha Lewthwaite também explica ao jornal que, antes de sair de casa para cometer o atentado, o marido se despediu de seu filho de 17 meses, Abdullah. Na noite anterior, o casal teve uma briga por culpa das freqüentes ausências do marido, que ela, sem suspeitar o que tramava, atribuiu a alguma amante.

Lewthwaite o tirou de casa e foi para cama, mas escutou seu marido subir as escadas no meio da noite para dar um último beijo em seu filho antes de matar inocentes na estação do metrô de King's Cross.

AGÊNCIA EFE