O senador Marcelo Crivella (PMR-RJ) lançou ontem a candidatura do vice-presidente José Alencar à Presidência da República em 2006 pelo partido. Segundo Crivella, apesar de Alencar ainda não ter dado o sinal verde, esse é o principal projeto político do partido criado pela Igreja Universal do Reino de Deus.

Crivella disse que é fundamental uma bancada pequena e um partido enxuto para poder negociar com outras legendas o apoio à candidatura presidencial de Alencar. O PMR, que deve mudar ainda este mês de nome para Partido Republicano, está disposto a apoiar outros partidos na disputa para o Senado e para governos estaduais em troca do apoio a José Alencar.

Além do próprio Crivella, o partido filiou apenas dois deputados: José Divino e Vieira Reis, que deixaram o PMDB do Rio de Janeiro.

– O PMR não tem ambição de ser um partido grande. Só temos um projeto: a candidatura presidencial de José Alencar. Por isso, queremos um partido enxuto, para trocar o apoio de outros partidos pelo voto no Zé. Se colocasse muita gente no partido, prejudicaria nosso projeto. Podemos negociar com outras legendas apoiando em troca as candidaturas de governadores e senadores – disse.

O PT, mesmo com uma queda expressiva no número de parlamentares, ainda tem a maior bancada da Câmara, com 83 deputados. Em 2002, o partido elegeu 91 deputados. Já o PMDB, que semana passada chegou a ultrapassar o PT, com 89 deputados, caiu para 80. Só no Rio de Janeiro, quatro deputados deixaram a legenda. Além dos dois que foram para o PMR por problemas com o ex-governador fluminense Antony Garotinho, outros dois foram para o PSC, mas em sintonia com o ex-governador.

No troca-troca dos últimos dias, partidos da base aliada ligados ao mensalão foram esvaziados. O PL, que ontem registrava 38 deputados, chegara a ter 53. O PTB ficou com 44 deputados contra os 49 registrados no seu auge. O PP evitou a sangria, terminando o troca-troca com 54 deputados. Dos partidos da base, o único que teve crescimento expressivo foi o PSB, que saiu de 16 para 29 deputados nos últimos dias.

Na oposição, o PFL que elegeu 84 deputados, ontem registrava 62. Já o PSDB ficou com 53 deputados. O PDT, pulou de 14 para 19. O PPS terminou o período de trocas com 16, enquanto o PCdoB ficou com 10 deputados. Dos partidos pequenos, o PSOL da senadora Heloísa Helena (AL) foi o que teve maior crescimento, pulando de dois para sete deputados federais.
 

AGÊNCIA O GLOBO