| 16/11/2005 20h14min
A negociação dos fiscais federais agropecuários com técnicos do Ministério do Planejamento não evoluiu em reunião realizada nesta quarta, e a categoria decidiu continuar em greve. Segundo cálculos da Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), a greve que já dura 10 dias acumula perdas de US$ 1 bilhão em carga parada em portos e aeroportos.
O vice-presidente da Anffa, Wilson Roberto de Sá, disse que o comando de greve não levará a proposta do governo à categoria.
– É tão absurda que prefiro nem falar no valor, até deixamos na mesa – contou.
Os fiscais querem que o piso salarial passe de R$ 2,8 mil para R$ 4.140 e que o teto, que é de R$ R$ 4.021, vá para R$ 5,9 mil. Sá e outros dirigentes se reuniram com o secretário de Recursos Humanos do ministério, Sérgio Mendonça.
No primeiro encontro, na semana passada, o secretário se comprometeu a levar os pedidos da categoria ao ministro Paulo Bernardo para trazer uma contraproposta. Agora não há previsão de novo encontro do comando de greve com representantes do governo e a categoria, de acordo com Wilson de Sá, vai esperar uma nova proposta para definir o destino do movimento.
Para Sérgio Mendonça, a proposta feita pelos grevistas causaria um grande impacto no orçamento.
– Estamos trabalhando na proposta de disponibilizar R$ 49 milhões para o orçamento de 2006, a fim de atender essa reivindicação, que implicaria R$ 250 milhões e não há possibilidade de atendimento – disse.
Ele informou que o governo propôs um reajuste de 8,3%. Mesmo com a recusa à proposta, o secretário disse esperar que até sexta-feira a situação esteja resolvida.
– Há uma data, o dia 18, que foi o acordo inicial feito para a preservação dos serviços essenciais, mas isso pode ser renovado. Espero que nesse dia a gente já tenha resolvido esse impasse.
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