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Colômbia estima em seis meses prazo para retomar antiga zona desmilitarizada

Pelo menos seis meses serão necessários para que o exército colombiano ocupe totalmente a ex-zona desmilitarizada no sul do país, que esteve sob controle das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) nos últimos três anos. A estimativa foi feita nesta terça-feira, dia 26, por militares colombianos.

Na quarta-feira passada, o presidente do país, Andrés Pastrana, anunciou o fim do diálogo com a guerrilha e o início do bombardeio e da ocupação da região. Segundo os militares, que não quiseram se identificar, a Operação Tanatos (morte, em grego) estaria programada para ir até o final de julho, quando pelo menos 90% do território de 42 mil quilômetros quadrados sob o controle da guerrilha já devem estar nas mãos do governo.

Segundo um general responsável pelas operações em San Vicente del Cáguan, a operação Tanatos terá três fases. A primeira, já iniciada e que deve durar seis semanas, é de responsabilidade da força aérea. O objetivo é destruir bases fixas das Farc como acampamentos, pistas e laboratórios. A segunda fase, já em terra, está sendo chamada de "recuperação", e deve se estender de nove a 15 semanas. Neste período, forças especiais e tropas de elite vão penetrar nas áreas rurais da ex-zona desmilitarizada. A última fase, chamada de "consolidação", corresponde à instalação permanente de batalhões nos cinco municípios do antigo reduto das Farc.

Com a entrada de tropas de elite em La Macarena nesta terça, quatro das cinco cidades já foram controladas pelo exército – fica faltando somente La Uribe. Moradores da região e os próprios militares admitem que, embora os militares já estejam nos municípios, os guerrilheiros mantêm o controle de trilhas e estradas sem pavimentação.

O exército também manteve fortes combates em Fómeque, a cerca de 20 quilômetros de Bogotá, e o prefeito da cidade decretou o toque de recolher durante a madrugada. Em Cáqueza e La Palma, dois municípios próximos à capital colombiana, também foram registrados combates. Não informações sobre vítimas.

Reagindo à ofensiva do governo, os guerrilheiros têm atacado a infra-estrutura do país. No total, pelo menos 40 cidades e 53 povoados sofrem as conseqüências da ação dos rebeldes. San Vicente del Caguán, principal município da zona que era controlada pelas Farc, está sem abastecimento de água, energia e sem serviço de telefone. Povoados dos departamentos de Caquetá, Cundinamarca, Huila, Meta e Nariño tiveram de adotar o racionamento de luz devido à derrubada das torres de transmissão de cabos de alta tensão, indicou o ministério de Minas e Energia.

 
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