| 22/12/2005 14h48min
A audiência do julgamento do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein e de sete de seus antigos assessores foi adiada para 24 de janeiro, informaram hoje fontes judiciais iraquianas.
A sexta audiência do processo começou nesta manhã em Bagdá em meio a rigorosas medidas de segurança e na presença do ex-ditador, que acusou o governo norte-americano de mentir por negar que suas tropas o tenham agredido durante sua permanência na prisão.
Saddam está sendo julgado pelo massacre de 148 pessoas em 1982. Pelo segundo dia consecutivo, o ditador ofuscou o depoimento das testemunhas com um ataque à Casa Branca.
– A Casa Branca mente, ao passo que os iraquianos não dizem mentiras – disse Saddam.
O ex-ditador insistiu na denúncia de que foi agredido e acrescentou que três equipes médicas constataram seus ferimentos, os quais ficaram visíveis em seu corpo durante oito meses.
Minutos antes, a primeira das testemunhas do dia, que falou protegida por uma cortina, acusou a polícia do deposto regime de ter executado seu pai e seus tios depois da fracassada tentativa de assassinato do ex-ditador em Dujail. O homem, que não foi identificado e tinha 8 anos quando se deram os fatos, disse que tinha sido sua avó que contou-lhe das torturas contra os homens de sua família. A defesa aproveitou a fragilidade das declarações para, mais uma vez, tirar a credibilidade de mais uma das testemunhas e questionar se o depoimento poderia ser aceito sob as leis iraquianas.
O ditador aproveitou o novo uso da palavra para defender os 24 anos de seu regime, durante o qual, ressaltou, qualquer um tinha o direito de reclamar das ações do governo, inclusive de sua família e de seus filhos.
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