Analistas da região árabe opinaram que o afastamento político de Sharon pode paralisar totalmente o processo de paz no Oriente Médio. A saúde do primeiro-ministro levou vários comentaristas árabes a pensar no futuro das negociações de paz.

Alguns deles opinam que será difícil encontrar outros líderes políticos em Israel capazes de fazer concessões territoriais aos árabes. Outros analistas consideram que vão surgir em Israel novos líderes políticos ultranacionalistas e de direita.

– Os israelenses se interessarão mais por seus assuntos internos, por isso o processo de paz ficará em segundo lugar – disse Ghazi Al Saadi, um especialista jordaniano em assuntos israelenses.

Al Saadi afirmou que, apesar de as idéias de Sharon em relação aos direitos árabes preocuparem os dirigentes dos países vizinhos, o primeiro-ministro foi um homem que buscava a paz e falava com franqueza. De acordo com o comentarista, não há nenhum outro líder israelense, nem agora, nem no futuro próximo, capaz de decidir novas retiradas de territórios árabes ocupados.

De acordo com lei israelense, o vice-primeiro-ministro, Ehud Olmert, se tornou Chefe do Governo durante no máximo 100 dias. Depois disso, no dia 28 de março, serão realizadas novas eleições.

– O principal problema será o futuro do Kadima, o partido político que Sharon criou em novembro, já que a legenda é considerada a formação de um único dirigente. Kadima significa Sharon e Sharon significa Kadima – acredita Al-Saadi.