O presidente francês, Jacques Chirac, considerou hoje "imperativo" estender a ação de seu país contra o vírus da gripe aviária além de suas fronteiras, em particular na África, e pediu uma mobilização geral diante da chegada das aves migratórias, que acontecerá em breve.

Durante o conselho de ministros, Chirac disse que o envio de equipes de ajuda à África e a dotação de 10 milhões de euros para as organizações internacionais "eram indispensáveis", ressaltando que "o esforço deverá continuar e ser reforçado em função da evolução da doença".

Quanto à situação na França, o chefe de Estado pediu "vigilância total, principalmente durante todo o período de chegada dos pássaros migratórios", e justificou "as medidas tomadas para proteger as fazendas, tranqüilizar os consumidores e apoiar financeiramente o setor".

Após os primeiros casos de gripe aviária, 43 países suspenderam as importações de produtos avícolas franceses, o que representa 14% das exportações de carne de ave e 10% de animais vivos, explicou hoje o Ministério de Agricultura.

As autoridades francesas apontaram que os exames feitos em uma criação de perus do departamento de Pas-de-Calais, junto à fronteira belga, "descartaram qualquer suspeita de gripe aviária".

A prefeitura do departamento insistiu que todas as análises sobre a presença do vírus H5N1 deram negativo, mas não indicou a causa da morte de 15 mil perus num aviário de Ruyaulcourt.

O ministro de Agricultura, Dominique Bussereau, disse que nesta semana a Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Alimentos divulgará um relatório sobre o risco de contaminação dos gatos com a gripe aviária, depois do primeiro caso descoberto na Alemanha.

O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, afirmou em sua habitual entrevista coletiva mensal que "em virtude do princípio de precaução, pede-se aos proprietários de gatos que não os deixem vagar pelas áreas em que tenha sido detectado o vírus H5N1". Villepin participará durante este mês de um exercício nacional de simulação sobre a gripe aviária. 

AGÊNCIA EFE