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A governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), aceitou na noite dessa terça-feira, dia 25, a proposta do presidente Fernando Henrique Cardoso de que o ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, assuma a coordenação de uma força-tarefa federal de combate à violência no Estado. Segundo nota divulgada pelo governo carioca, Benedita se encontrará nesta quarta, dia 26, às 16h, em Brasília, com o ministro da Justiça para tratar da questão.
Ao aceitar a proposta de FH, Benedita recua em relação à postura adotada até ontem. No mês passado, dois dias após o atentado à Secretaria de Direitos Humanos do Rio, Reale ofereceu ao Estado a criação de uma força-tarefa federal, com Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita e as Forças Armadas. A princípio, a governadora e o secretário estadual da Segurança, Roberto Aguiar, rejeitaram a idéia. Depois, queriam que um representante do governo estadual coordenasse o grupo. Agora, aceitaram Reale na coordenação.
Em reunião realizada ontem no Palácio da Alvorada entre FH e os ministros-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, e da Justiça, Miguel Reale Júnior, além do vice-presidente Marco Maciel e do ministro da Casa Civil, Pedro Parente, foram estabelecidas 10 medidas para combater o crime organizado no Rio. O ministro da Justiça alegou que não divulgaria as propostas "por uma questão de gentileza e delicadeza com a governadora". Limitou-se a garantir que essas medidas poderão ajudar o Rio a conter a criminalidade.
Miguel Reale observou, porém, que os resultados não têm prazo para aparecer. Reale descartou a decretação do estado de defesa, pedida pelo prefeito do Rio, César Maia (PFL), na segunda-feira, dia 24, depois que traficantes fuzilaram a sede da prefeitura e lançaram duas granadas, que não explodiram. A Constituição prevê violação do sigilo de correspondência e de ligações telefônicas e proibição de reuniões, em caso de decretação do estado de defesa.
O ministro chegou a rir da situação ridícula de tentar combater o tráfico de drogas com esse instrumento. Ele lembrou que crime organizado já não tem o direito de se reunir. O governo não teria competência para atender ao pedido da governadora para transferir traficantes do Rio para outros presídios no país.
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