Depois de expressar em várias oportunidades sua oposição a um ataque militar ao Iraque, o chanceler alemão Gerhard Schroeder, do social-democrata SPD, excluiu nesta sexta, 9 de agosto, categoricamente a participação da Alemanha numa eventual guerra liderada pelos Estados Unidos para derrubar o presidente iraquiano Saddam Hussein.

Na opinião do chanceler alemão, o Bundeswehr (exército alemão), que se integrou às tropas aliadas lideradas pelos americanos durante a Guerra do Golfo (1990-1991), chegou ao limite no que se refere à presença de seus homens em cenários de crise.

A rejeição da Alemanha deixa os Estados Unidos mais isolados em seu projeto de lançar uma ofensiva bélica contra o Iraque, possibilidade igualmente questionada pela Liga Árabe. O Japão, através de seu primeiro-ministro, Junichiro Koizumi, por sua vez, pediu "moderação" à Casa Branca.

Mesmo nos Estados Unidos, os republicanos não estão totalmente de acordo com o presidente George W. Bush. Em um discurso quinta-feira, o líder da maioria na Câmara dos Deputados, Dick Armey, o expressou reservas em relação a um ataque contra Saddam sem que tenha havido uma provocação por parte de Bagdá.

Ainda nesta sexta, o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, anunciou em uma entrevista ao jornal austríaco Der Standard que o organismo não apoiará nenhuma operação armada americana contra o Iraque. Além disso, afirmou Moussa, esse eventual ataque "é questionado pelo mundo inteiro"; e acrescentou que uma ação militar sobre a base de mera suposição de que o Iraque esteja produzindo armas de destruição em massa seria uma solução ilógica para o problema.

A Casa Branca ignorou a posição da Alemanha em relação a um eventual ataque americano contra o Iraque. Bush, que parece determinado a depor Saddam sob o pretexto de que ele desenvolve armas de destruição em massa e incentiva o terrorismo internacional, no momento está descansando em sua casa de férias, em Crawford, no Texas.