O presidente do Iraque, Saddam Hussein, disse nesta quinta-feira, 8 de agosto, que não teme as ameaças norte-americanas de derrubá-lo e que quem atacar o seu país estará cavando a própria cova.  Discursando no aniversário do fim da guerra com o Irã (1980-88), Saddam afirmou que um ataque ao Iraque seria uma agressão a todos os países árabes.

Saddam ainda elogiou os palestinos por sua resistência a Israel e cumprimentou a "todos os honrados guerreiros dos fiéis que encontraram seu Deus com um coração puro''. Ele também voltou a oferecer uma negociação com a Organização das Nações Unidas (ONU) a respeito da retomada das inspeções sobre armas no país, mas cobrou do Conselho de Segurança respostas a questões políticas e técnicas apresentadas neste ano. As inspeções são um pré-requisito para o fim das sanções ao país, impostas em 1990, e também uma maneira de ganhar mais apoio externo, que evite um ataque.

Em uma demonstração de força, milhares de voluntários fardados e armados desfilaram pelas ruas de Bagdá antes do discurso, prometendo defender Saddam e o Iraque até a morte.

Os Estados Unidos acusam Saddam de desenvolver armas de destruição em massa e prometem usar todas as ferramentas possíveis para derrubá-lo. A possibilidade de um ataque militar desagrada a vários aliados dos norte-americanos, principalmente os árabes. O discurso de Saddam ocorre um dia depois do presidente George W. Bush ter dito que o Iraque representa uma real ameaça aos Estados Unidos, mas que ele permanece disposto a ser paciente e consultar o Congresso e seus aliados antes de se decidir por um ataque.

Em Israel, o assessor governamental Raanan Gissin disse que não viu nenhuma novidade no discurso de Saddam. O governo de Ariel Sharon apóia qualquer ação militar contra Saddam, mas muitos israelenses temem que o país seja alvo de ataques iraquianos nesse conflito, como ocorreu na guerra do Golfo, em 1991. Com informações da agência Reuters.