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 | 16/08/2002 07h23min

Israel é acusado de usar “escudos humanos”

Soldados israelenses colocaram um colete à prova de balas no jovem palestino Nidal Daraghmeh e ordenaram que ele entrasse em uma casa na qual um líder do movimento Hamas, em cadeira de rodas, estava escondido, com instruções para que persuadisse o extremista – e todas as demais pessoas que porventura estivessem na residência – a se entregar.

Quando se aproximava da porta da casa na vila de Tubas, na Cisjordânia, Daraghmeh, 19 anos, foi morto a tiros – apesar de não estar claro de onde partiram os disparos. Então, tropas israelenses demoliram a casa com motoniveladoras, sepultando o integrante do Hamas, Nasser Jarrar, a única pessoa no local.

A operação da noite de quarta-feira provocou intensos debates em Israel sobre uma tática usada há anos. O exército a classifica de "procedimento de vizinho", mas críticos dizem que os militares estão transformando palestinos em "escudos humanos". O líder oposicionista israelense Yossi Sarid afirmou que o uso de palestinos em tais situações constitui "crime de guerra".

O exército garante que o líder do Hamas deu os tiros, mesmo depois de os soldados terem anunciado com um megafone que o jovem estava se aproximando. Segundo militares israelenses, Jarrar planejava um atentado a bomba contra um prédio em Israel. Ele estava confinado a uma cadeira de rodas desde o ano passado, quando perdeu as duas pernas e um braço enquanto plantava uma bomba que explodiu prematuramente.

Nesta quinta, 15 de agosto, três palestinos – inclusive um menino de cinco anos – foram mortos por soldados israelenses durante operações na Faixa de Gaza.

 
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