O Brasil é contra a um ataque ao Iraque sem o aval da Organização das Nações Unidas (ONU). Esta foi a posição que o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, defendeu na tribunal da 57ª Assembléia Geral da entidade, em Nova York.

Cabe ao Conselho de Segurança (CS) da ONU, observou Lafer, decidir as medidas necessárias para assegurar o pleno cumprimento das resoluções pertinentes. O exercício pelo CS de suas responsabilidades constitui a forma de desanuviar tensões e evitar riscos imprevisíveis de desestabilização mais abrangente, na opinião do ministro.

– O Brasil entende que o uso da força no plano internacional só pode ser admitido se esgotadas todas as alternativas de solução diplomática, respeitando a Carta das Nações Unidas e de modo consistente com as deliberações do CS. Do contrário, estará solapada a credibilidade da ONU, dando margem não apenas à ilegitimidade, mas também a situações de equilíbrio precário e não-duradouro – afirmou.

Lafer também defendeu "um sistema multilateral de comércio que seja justo e equilibrado" e reiterou o compromisso do governo Fernando Henrique Cardoso com a criação de áreas de livre comércio.