Fevereiro de 2003 é o melhor mês para atacar o Iraque. A preferência foi manifestada pelos estrategistas militares americanos, revelou nesta sexta-feira, 20 de setembro, o jornal The Washington Times, citando fontes anônimas do governo de George W. Bush. As mesmas fontes esperam que até abril o presidente iraquiano, Saddam Hussein, já tenha sido deposto. Dessa forma, americanos evitariam combater sob o calor da primavera e do verão no Golfo Pérsico.

Os estrategistas esperam que a preparação para o ataque dure poucas semanas, em vez dos seis meses que foram necessários em 1991, na Guerra do Golfo. As fontes do jornal disseram ainda que os EUA devem recorrer à ajuda de desertores e dissidentes do exército de Saddam. De acordo com o Washington Times, o Pentágono ainda está discutindo quantos soldados seriam enviados para a guerra (entre 75 mil e 250 mil). Eles ficariam espalhados pelo país, para evitar grandes baixas em eventuais ataques dos mísseis Scud de Saddam.

Em Londres, o jornal The Guardian alertou em sua edição de nesta sexta que as forças de elite da Guarda Republicana do Iraque podem não ser convocadas para proteger Saddam na eventualidade de um ataque americano – por medo de que possam se voltar contra ele. O líder iraquiano estaria determinado a manter suas tropas de choque fora de Bagdá. Ele teme que tanques e armamentos pesados concentrados na capital poderiam ser usados para derrubar o regime.

A possibilidade de os EUA atacarem o Iraque preocupa a Organização das Nações Unidas (ONU). A ONU já pensa na proteção de civis iraquianos, admitiu nesta sexta o Alto Comissário de Direitos Humanos da organização, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello. Segundo ele, em caso de guerra, seu escritório irá pedir o apoio de outros agências da ONU, como a Unicef, para que a população iraquiana seja protegida dos ataques militares.