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Com faixas e slogans contra a guerra, dezenas de milhares de britânicos participaram de uma grande manifestação pela paz no centro de Londres, demonstrando oposição a uma campanha militar contra o Iraque. Nas estimativas dos organizadores – A Coalizão Pare a Guerra e a Associação Muçulmana da Grã-Bretanha –, pelo menos 100 mil pessoas compareceram à marcha, que partiu do rio Tâmisa, junto ao Parlamento, e seguiu até o Hyde Park, no coração da capital britânica.
Para a polícia, no início da tarde havia 40 mil pessoas no ato pacifista. Vários grupos e celebridades apoiaram os protestos -- desde "rebeldes'' do Partido Trabalhista (governista) e o prefeito de Londres, Ken Livingstone, até sindicatos, líderes religiosos, artistas, músicos e veteranos da Guerra do Golfo.
– Nossa mensagem aos governos norte-americano e britânico é que seria uma idiotice desafiar uma coalizão desse porte e diversidade. Apenas encenar uma consulta à ONU não torna isso mais humano – disse Mike Marqusee, porta-voz da Coalizão Pare a Guerra.
Nas ruas, as palavras de ordem eram voltadas contra o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o premiê da Grã-Bretanha, Tony Blair, maior aliado norte-americano nas pressões contra o Iraque. Washington e Londres tentam obter uma dura resolução do Conselho de Segurança da ONU que daria menos de seis semanas ao Iraque para revelar todas as suas armas de destruição em massa. Os manifestantes defendiam dois slogans principais – "Não ataquem o Iraque'' e "Liberdade para a Palestina''.
Ismail Adam Patel, líder do grupo muçulmano Amigos de Al Aqsa, disse que as duas questões são inseparáveis.
– Até resolvermos a questão palestina, não teremos paz no Oriente Médio. Por que vamos atrás do Iraque se Israel tem muito mais armas de destruição em massa?
Milhares de muçulmanos, parte de uma comunidade islâmica britânica de 2,5 milhões de pessoas, foram à marcha. Pesquisas mostram que a maioria dos 60 milhões de britânicos é contra a entrada de seu país numa ofensiva liderada apenas pelos Estados Unidos para derrubar Saddam Hussein. Mas o quadro muda caso a ONU aprove uma ação militar.
Nessa hipótese, cerca de dois terços da população estariam a favor da guerra. Assim como o primeiro-ministro, a maioria dos críticos de Blair não aprecia Saddam. Mas, na sua opinião, uma guerra ao Iraque seria um ato de agressão sem justificativa que desestabilizaria o Oriente Médio e consolidaria a hegemonia mundial norte-americana.
O ex-chefe dos inspetores de armas da ONU Scott Ritter, que renunciou ao posto em 1998 e agora critica uma intervenção militar, disse não haver provas nem apoio internacional suficiente que justifiquem um ataque.
– Se formos à guerra contra o Iraque, isso representaria o início da era do imperialismo norte-americano, o que não era a visão dos pais fundadores dos Estados Unidos da América – disse Ritter, durante a manifestação em Londres.
As informações são da agência Reuters.
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